Professor é afastado de escola por usar traje da Ku Klux Klan em São Paulo
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Um professor foi afastado de suas funções após aparecer vestido com um traje semelhante ao utilizado pelo grupo racista Ku Klux Klan em São Paulo. O caso aconteceu na Escola Estadual Amaral Wagner, em Santo André, na região do ABC. O homem, que dá aula de História, usou as vestimentas durante um desfile de fantasias do qual participaram alunos e professores.
"Ação infeliz"
Em nota, a escola se desculpou pelo ocorrido, dizendo não compactuar "com nenhuma manifestação de incitação a discurso de ódio ou permitir a apologia de segregação a qualquer tipo grupo étnico, crença, gênero ou classe social". "O professor em questão foi chamado a Direção da escola para uma conversa a fim de esclarecer o ocorrido e também compreender sua postura e a utilização de tal traje que sugeria a discriminação e apologia a uma supremacia branca", diz o texto.
De acordo com a direção da escola, o professor reconheceu que sua ação foi infeliz ao usar o traje. Ele alegou que tratou-se de um mal-entendido, pois a roupa tinha o objetivo de divulgar uma peça teatral que seria apresentada em maio, na semana que marca a "libertação formal dos escravos". O profissional foi afastado pela Secretaria da Educação e não retornará para as suas funções até o término da apuração preliminar.
Fundada em 1866, a Ku Klux Klan (KKK) surgiu como reação à abolição da escravatura no sul dos Estados Unidos após o fim da Guerra Civil americana. Ainda na ativa, a KKK defende correntes reacionárias e extremistas, tais como a supremacia branca, o nacionalismo branco, a anti-imigração e o antissemitismo. O grupo ficou conhecido por suas ações violentas, incluindo assassinatos e atentados contra a população afrodescendente dos EUA.