Rosto de uma das primeiras pessoas a habitarem o Brasil é reconstruído por cientistas
Pesquisadores reconstruíram o rosto de uma das primeiras pessoas a habitarem o Brasil. Os fósseis do indivíduo, que viveu há cerca de 9.600 anos, foram encontrados em 1997 no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. O estudo pode ajudar a desvendar uma série de mistérios que envolvem "Zuzu", como o esqueleto foi batizado.
Reconstrução facial
Com base no tamanho e na forma do crânio, os pesquisadores inicialmente classificaram os restos de Zuzu como pertencentes a alguém do sexo feminino. Mas essa classificação sempre foi controversa, pois muitos cientistas afirmam que os fósseis são de um homem. A reconstrução facial dessa pessoa que viveu no Brasil em tempos pré-históricos é mais um passo para tentar elucidar essa questão. Confira abaixo o processo:
"Tentar resgatar a aparência de um indivíduo que viveu há milhares de anos é uma forma de trazê-lo para os dias atuais, aproximando-o do público", disse o arqueólogo Moacir Elias Santos ao site Live Science. Ele é pesquisador do Museu de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso, em Ponta Grossa (PR), e principal autor do estudo. "Ainda tem algumas coisas não respondidas, no contexto geral leva-se em consideração que é um homem, mas pode não ter sido", disse o designer Cícero Moraes, coautor da pesquisa, em entrevista ao G1.
Para reconstruir o rosto de Zuzu, os pesquisadores juntaram digitalmente 57 fotografias que foram usadas para criar um modelo 3D virtual do crânio. Os cientistas também utilizaram imagens de tomografia computadorizada de doadores virtuais vivos e aplicaram essa informação para ajustar a estrutura do crânio. "Entende-se, então, que tal aproximação é a face completa de Zuzu (...) sua aparência muito provavelmente seria essa, mesmo que contenha elementos especulativos como configuração do cabelo, cor dos olhos e da pele", disseram os pesquisadores no estudo.