Em 1º de junho de 1942, Getúlio Vargas assinou o decreto-lei que criou a Companhia Vale do Rio Doce. A história da empresa remonta à extração de minérios na região de Itabira, em Minas Gerais. Antes de sua fundação, a exploração dos minérios estava nas mãos da Itabira Iron Ore Company, estabelecida em 1911 pelo empresário norte-americano Percival Farquhar.
Os planos de Farquhar para a empresa eram ambiciosos: ele pretendia exportar 10 milhões de toneladas de minério de ferro por ano para os Estados Unidos. A ideia não deu certo. Mesmo contando com a simpatia do presidente Epitácio Pessoa, o projeto do empresário sofreu uma oposição feroz, principalmente de Artur Bernardes, então governador de Minas Gerais (que mais tarde seria eleito presidente do Brasil).
Devido a conflitos com autoridades de alto gabarito, o projeto de Farquhar nunca se concretizou. A pá de cal nos planos de Farquhar veio quando Getúlio Vargas assumiu o poder após a Revolução de 30. O presidente encampou as reservas de ferro pertencentes a Farquhar e criou com elas a empresa estatal Companhia Vale do Rio Doce, em 1942.
Nos anos seguintes, a nova empresa teve uma expansão lenta e gradual. Em seus primórdios, a principal função da Vale era fornecer matéria-prima para as empresas siderúrgicas brasileiras. A partir dos anos 1960, a empresa se modernizou e conquistou novos mercados, como o japonês. Após a criação da empresa de navegação Docenave, em 1962, e a inauguração do Porto de Tubarão, em 1966, o crescimento da empresa foi estrondoso. Em 1976 a Vale atingiu a liderança mundial na exportação de minério de ferro.
Em 1997 a empresa foi privatizada durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2007, a companhia passou a se chamar Vale S.A. Hoje, a Vale é uma empresa privada, de capital aberto. Ela opera em 13 estados brasileiros e nos cinco continentes. Além disso, possui mais de dez mil quilômetros de malha ferroviária e nove terminais portuários próprios.
Imagem: NASA Earth Observatory/Creative Commons