No dia 10 de maio de 1937 aproximadamente 700 seguidores do beato José Lourenço foram massacrados pela Polícia Militar e pelo Exército na comunidade rural de Pau da Colher, na Bahia. Conhecida como Caldeirão, essa comunidade reunia romeiros do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia que buscavam um pedaço de terra para plantar e viver. A área escolhida foi na realidade uma doação de Padre Cícero. A aglomeração de pessoas provocou inquietação no governo, que temia que se repetissem as ações populares de Canudos (1887/1897) e Contestado (1912-1916). Em torno de três mil pessoas chegaram a morar nesta comunidade autosuficiente. A maioria não queria mais trabalhar para os fazendeiros da região. Tudo o que era produzido era repartido entre os membros da comunidade. Após o ataque quase não se tem vestígios da comunidade. Restaram apenas uma bandeira, três fotos publicadas em um jornal da época, uma espingarda e um machado. Os objetos estão expostos na sala em memória a Padre Cícero.
Imagem: [Domínio público], via Wikimedia Commons