O mistério das incríveis árvores que caminham
Em “O Senhor dos Anéis”, J.R.R. Tolkien escreveu sobre os Ents, árvores conscientes que falavam e caminhavam à vontade. Mas o que parecia possível somente na imaginação de um escritor de livros de fantasia tem na verdade uma referência real. Na América Central e América do Sul, existem as palmeiras Socratea exorrhiza, mais conhecidas como “palmeiras que caminham”.
Essas palmeiras são muito conhecidas entre as pessoas que moram próximas a elas e têm sido matéria de debate durante muito tempo. O biólogo Gerardo Ávalos, diretor do Centro de Estudos em desenvolvimento sustentável da Costa Rica, disse à revista Science que as caminhadas eram apenas um mito que os guias contavam aos turistas. Mas o palebiólogo Peter Vrsansky, do Instituto de Ciência da Terra da Academia de Ciências Bratislava, afirmou que as palmeiras realmente se movem. Segundo ele, essas plantas podem andar até 20 metros por ano.
"À medida que há erosão no solo, a árvore desenvolve raízes novas e longas que buscam um solo novo e mais firme", disse Vrsansky. “Então, lentamente, enquanto as raízes se assentam no novo solo e a árvore se curva em direção às novas raízes, as raízes antigas se erguem lentamente no ar. Todo o processo de mudança da árvore para um local novo, com melhor luz solar e solo mais firme, pode levar alguns anos", completou.
Apesar da explicação de Vrsansky, o processo exato da "caminhada" da árvore permanece um mistério para a ciência. Uma teoria diz que o lado mais iluminado produziria novas raízes, enquanto as raízes que ficam na sombra apodreceriam. Outra hipótese diz que as raízes aéreas seriam uma adaptação para terrenos alagadiços. Uma outra ideia diz que a ampla base das raízes ofereceria uma sustentação melhor do tronco delgado da árvores, permitindo com que a planta alcançasse a luz com o menor gasto energético possível, ou seja, mais rapidamente do que outras palmeiras, e sem a necessidade de aumentar o diâmetro do caule ou aprofundar raízes subterrâneas.
No Brasil, a árvore está presente em estados como Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. Infelizmente, essa incrível espécie se encontra em perigo pela agricultura e espécies invasoras de seu habitat.
Fonte: Sputnik News, BBC e Jardineiro.net
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