Novo estudo confirma relato da Bíblia sobre destruição de cidade
Em um novo estudo, arqueólogos contaram com a ajuda do campo magnético da Terra para encontrar evidências que confirmam um relato da Bíblia. Trata-se da conquista da cidade filisteia de Gate por Hazael, rei da Síria. O evento, que aconteceu há cerca de três mil anos, é descrito no livro II Reis, que faz parte do Antigo Testamento.
Sinais magnéticos
O trecho aparece em II Reis 12:17. "Nessa época, Hazael, rei da Síria, atacou Gate e a conquistou. Depois decidiu atacar Jerusalém", diz o texto. O estudo, publicado no periódico PLOS ONE, analisou antigos tijolos encontrados em Gate (atual Tell es-Safi, em Israel) que teriam sido incendiados durante a conquista da cidade.
O novo método usado pelos pesquisadores baseia-se na medição do campo magnético registrado e “trancado” nos tijolos à medida que eles queimavam e esfriavam. "A argila com a qual os tijolos foram feitos contém milhões de partículas ferromagnéticas - minerais com propriedades magnéticas que se comportam como minúsculas 'bússolas' ou imãs", disse Yoav Vaknin, líder do estudo e pesquisador da Universidade de Tel Aviv.
O aquecimento a 200°C ou mais, como acontece em um incêndio, libera os sinais magnéticos dessas partículas. Quando o tijolo esfria, esses sinais permanecem em sua nova posição, atingindo um campo magnético forte que pode ser medido com um magnetômetro. A equipe aplicou o novo método a amostras de uma parede de tijolos encontrada em Tell es-Safi e aos destroços encontrados ao lado dela. Análises anteriores feitas com Carbono 14 já indicavam que as ruínas seriam do ano 830 a.C., época da conquista de Gate.
As análises foram conclusivas: os campos magnéticos de todos os tijolos e detritos apresentavam a mesma orientação – norte e para baixo. Segundo Vaknin, isso significa que os tijolos queimaram e esfriaram no local, exatamente onde foram encontrados, num incêndio na própria estrutura, que ruiu em poucas horas. “Nossas descobertas são muito importantes para decifrar a intensidade do incêndio e o alcance da destruição em Gate, a maior e mais poderosa cidade da Terra de Israel na época", concluiu Aren Maeir, coautor do estudo e pesquisador da Universidade Bar-Ilan.