Ossos encontrados em igreja podem ser de uma das primeiras santas da Inglaterra
Durante uma reforma em uma igreja em Kent, na Inglaterra, em 1885, trabalhadores encontraram uma caixa de chumbo escondida em uma das paredes. Dentro dela, havia vários ossos. Como o templo onde os restos mortais foram descobertos é dedicado à Santa Eansvida, acreditava-se que as relíquias pertenciam a ela. Agora, um estudo pode ter confirmado a suspeita.
Eansvida é considerada uma das primeiras santas da Inglaterra. Ela era neta de Etelberto, o primeiro rei inglês a se converter ao cristianismo. A religiosa fundou uma das comunidades monásticas mais antigas do país, por volta do ano 660 d.C. Ela morreu pouco tempo depois, no fim da adolescência ou início da juventude. Até agora havia dúvidas se os ossos encontrados na igreja de Kent eram autênticos ou se eram relíquias falsas que datavam da Idade Média.
De acordo com o resultado das análises de radiocarbono feitas no início de 2020, tudo indica que os ossos datam do século VII e pertençam mesmo à santa. Os pesquisadores concluíram que os restos mortais são de uma mesma pessoa, provavelmente do sexo feminino, com idade entre 17 e 20 anos e não apresentam sinais de desnutrição, características de alguém de alta posição social. Por isso, os especialistas afirmam que têm "quase certeza" que trata-se das relíquias de Eansvida.
Os ossos encontrados há 135 anos correspondem à metade de um esqueleto. Especula-se que os restos mortais foram escondidos para serem preservados da iconoclastia durante a Reforma Protestante do século XVI. Naquela época, relíquias cristãs foram alvo de destruição por parte de protestantes, que as consideravam uma forma de idolatria. "Agora parece provável que tenhamos os únicos restos sobreviventes de um membro da família real de Kent e de uma das primeiras santas anglo-saxônicas" disse Andrew Richardson, da Fundação Arqueológica de Canterbury.
Fontes: The Guardian e Heritage Fund
Imagens: Mark Hourahane/Diocese de Canterbury/Heritage Fund/Reprodução