Por que uma escada da Igreja do Santo Sepulcro não é movida há 3 séculos?
Em uma das janelas da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, Israel, pode-se ver uma escada de madeira que está apoiada na mesma posição há 300 anos. Conhecida como “a escada imóvel”, ela foi esquecida ali por um operário em 1723, durante uma das reformas no templo. Nenhum dos seis grupos cristãos que tem direitos sobre o templo ousa movê-la.
Por que é proibido mover a escada do Santo Sepulcro?
Construída no local onde Jesus teria ressuscitado após ter sido sepultado, a Igreja do Santo Sepulcro é um dos locais mais sagrados para o cristianismo. O templo é destino de peregrinos desde o século IV. Mas, ao mesmo tempo, a igreja é alvo de disputa: seis diferentes denominações cristãs são responsáveis por sua manutenção.
Por isso, diferentes partes do edifício pertencem a grupos religiosos distintos. A questão da escada data do século XVIII, quando se decretou que, para realizar qualquer mudança no templo, todos os grupos religiosos teriam que estar de acordo. Assim, um conflito religioso poderia ser desencadeado caso um membro de alguma dessas congregações mexa na escada.
A escada só foi movida quatro vezes no último século. Em 1981, alguém tentou roubá-la, mas ela foi recuperada. Em 1997, uma pessoa a escondeu durante várias semanas, até que foi encontrada e devolvida a seu lugar. Em 2002, um monge moveu a escada para protegê-la do sol, sendo por isso expulso da igreja. Já em 2009, alguns operários a moveram para consertar o campanário.
Em 1964, o Papa Paulo VI emitiu um comunicado sobre "a escada imóvel", decretando que ninguém poderia movê-la até que as divisões dos grupos religiosos que disputavam o templo fossem resolvidas.
VER MAIS:
- Ruínas de igrejas cristãs milenares são encontradas em deserto no Egito
- Arqueólogos encontram antiga igreja no local onde teria acontecido a Última Ceia
- Encontradas as ruínas da igreja do “milagre da mulher sangrando”, atribuído a Jesus
Fontes: Clarín e Atlas Obscura
Imagens: Rex Hammock/ CC BY 2.0, via Flickr, Jorge Láscar/ CC BY 2.0, via Wikimedia Commons e Domínio Público/Reprodução