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Quem foi Maria Madalena?

Por History Channel Brasil em 10 de Abril de 2019 às 18:13 HS
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Uma das personagens bíblicas mais conhecidas, Maria Madalena é descrita no Novo Testamento como uma das discípulas mais dedicadas de Jesus.

As fontes que temos sobre sua vida, são os Evangelhos canônicos* e os livros apócrifos**. Sua primeira aparição se faz no livro de Lucas (8:2), onde a narrativa relata que Cristo expulsou dela sete demônios e, na sequência, ela se torna uma das mulheres que o acompanhariam e seguiriam.

[Conheça história de Jesus contada por aqueles que o conheceram de perto]

Os escritos apócrifos de Maria, Tiago, Filipe e Pistis Sophia consideram Maria Madalena como o espírito da Sabedoria, descrita como a personificação do conhecimento; a amada de Jesus; a discípula e apóstola de Jesus; a apóstola dos apóstolos. 

Madalena aparece firme nos momentos mais cruciais da vida de Jesus. Esteve presente na crucificação e em seu funeral, juntamente com Maria de Nazaré e outras mulheres. 

A Bíblia conta que, no sábado após a crucificação, Madalena saiu do Calvário rumo à Jerusalém para comprar certos perfumes, a fim de preparar o corpo de Cristo como se dava o costume funerário na época. Permaneceu na cidade durante todo o sábado e, no dia seguinte,  "quando ainda estava escuro", foi ao sepulcro e achou-o vazio. Lá, recebeu de um anjo a notícia de que Cristo havia ressuscitado e foi-lhe dito que devia informar tal fato aos apóstolos de Cristo. Após esse episódio, não houveram mais citações sobre ela na Bíblia.
Maria Madalena é considerada uma santa pela Igreja Católica Romana, Ortodoxa, Anglicana e luteranas, que comemoram com festa o dia 22 de julho em sua homenagem. As igrejas ortodoxas orientais também comemoram,  porém no segundo domingo após a Páscoa.

Além disso, nada pode ser afirmado, com certeza, a respeito de Maria Madalena. Porém, muitas lendas surgiram em torno dela. De acordo com uma antiga tradição dos antigos cristãos do Oriente, Maria Madalena acompanhou João e Maria, mãe de Jesus, a Éfeso, onde morreu e foi enterrada. Já, uma das lendas da Idade Média diz que ela foi prometida ao apóstolo João.

Uma outra lenda antiga, que a confunde com Maria, irmã de Lázaro, diz que ela viajou para Marselha, na França, com Marta, Lázaro e outros para evangelizar a região. Segundo essa lenda, ela passou 30 anos de sua vida cumprindo penitência na caverna de La Saint-Baume nos Alpes Marítimos e foi milagrosamente transportada pouco antes de sua morte, para a capela de Saint-Maximin e enterrada em Aix.

Alguns escritores e estudiosos contemporâneos, narram Madalena como mulher de Cristo que teve com ele, inclusive, filhos. Segundo esta teoria, tal fato teria sido escondido por revisionistas cristãos que teriam alterado os Evangelhos. Estes escritores tecem suas teorias a partir do cruzamentos de informações dos Evangelhos Canônicos com os livros apócrifos e escritos gnósticos.

Ao longo dos séculos, a arte cristã tem representado Maria Madalena através da escultura e da pintura, como uma mulher de cabelos longos e com uma jarra de óleo nas mãos.

Mas, o que a fez famosa, é a crença de que ela teria sido uma prostituta que foi transformada pela palavra de Cristo. O que serve como exemplo ”ferramenta" de exemplo para as religiões falarem sobre arrependimento e transformação para os "pecadores". O curioso é que em nenhum lugar da Bíblia (e até mesmo nos evangelhos apócrifos) se diz que Maria Madalena teria sido uma prostituta ou uma pecadora.

A autoria desta ideia pode ser atribuída aos líderes e seguidores da Igreja Católica em seu início, que permitiram e incentivaram a confusão entre a história de Maria Madalena e outras Marias e mulheres citadas na Bíblia. Teriam como um de seus objetivos principais descreditar as mulheres e mantê-las fora do clero. 

 

* Evangelhos canônicos são os livros do Novo Testamento aceitos como legítimos na maioria das religiões cristãs. Compreendem os  Evangelhos de: Mateus, Marcos, Lucas e João.
** Os Livros apócrifos apresentam narrativas e informações que divergem da doutrina estabelecida pela Igreja Católica em seu início. Muitos destes textos foram considerados heréticos e, por isso, excluídos da Bíblia.  A maioria deles consistem em cartas, coletâneas de frases, narrativas e profecias que abordam a vida de Jesus Cristos e seus seguidores. Alguns, ainda, apresentam diferentes versões de fatos narrados no Antigo Testamento, como, por exemplo, a criação do mundo.