Elementos tóxicos como antidepressivos e nicotina contaminam águas da Antártida
Um novo estudo aponta que a atividade humana está causando impactos negativos na Antártida. Análises científicas revelaram a presença de 10 substâncias tóxicas em águas doces e marinhas do continente antártico. Entre os poluentes, estão antidepressivos, nicotina, cafeína e outros elementos capazes de colocar em risco o meio ambiente.
Dispersão de poluentes
O estudo, assinado por cientistas espanhóis, foi publicado no periódico Journal of Hazardous Materials. As amostras analisadas vieram de áreas com atividade humana, como bases e acampamentos, bem como locais sem aparente presença de pessoas ou animais. Isso mostra que a poluição de origem antropogênica não está localizada apenas nos locais onde ocorre atividade científica e turismo, mas se dispersa para áreas mais remotas.
Os resultados das análises indicam a presença de acetaminofeno, diclofenaco e ibuprofeno (analgésicos); bezafibrato (regulador de colesterol e triglicerídeos); hidroclorotiazida (diurético); claritromicina (antibiótico); citalopram e venlafaxina (antidepressivos). Além disso, os cientistas também encontraram nicotina, cafeína, benzofenona-1 (filtro solar) e tolitriazol (produto industrial anticorrosivo).
"Após a avaliação de risco realizada, as substâncias que causam maior preocupação nesta região são o citalopram, a claritromicina, a nicotina, a venlafaxina e a hidroclorotiazida, que devem ser continuamente monitoradas nas águas e na biota antártica no futuro", afirmou Cristina Postigo, pesquisadora da Universidade de Granada e líder do estudo. Diante desses resultados, os autores enfatizam que as autoridades deveriam reforçar as medidas para reduzir o impacto da presença humana na Antártida.