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Google sugere que seu chip quântico pode acessar universos paralelos

Desempenho de Willow reacende debate sobre multiverso, mas gera ceticismo científico
Por History Channel Brasil em 14 de Dezembro de 2024 às 12:57 HS
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A Google anunciou um avanço no campo da computação quântica com o lançamento do chip Willow, capaz de realizar cálculos que, segundo a empresa, seriam impossíveis para supercomputadores convencionais em tempos mensuráveis. Hartmut Neven, líder da Google Quantum AI, declarou que o desempenho do dispositivo "foi tão fenomenalmente rápido que ele teve que 'emprestar' a computação de universos paralelos". A afirmação reacendeu discussões sobre a teoria do multiverso, originalmente proposta pelo físico David Deutsch.

Múltiplos universos

De acordo com Neven, o Willow concluiu uma tarefa específica em cinco minutos, algo que levaria 10 septilhões de anos para os supercomputadores mais rápidos da atualidade. "Esse número impressionante supera as escalas de tempo conhecidas na física e ultrapassa em muito a idade do universo", escreveu em um blog. A empresa acredita que esse feito reforça a hipótese de que a computação quântica opera em múltiplos universos simultaneamente.

Apesar do entusiasmo, a comunidade científica demonstrou ceticismo. Em uma postagem no X, a física Sabine Hossenfelder destacou que a tarefa realizada pelo Willow, de gerar uma distribuição aleatória, "não tem utilidade prática". Segundo ela, trata-se de um teste projetado para evidenciar a velocidade do chip, mas que não resolve problemas do mundo real. Hossenfelder também lembrou que a Google enfrentou críticas semelhantes em 2019, quando reivindicou ter alcançado a "supremacia quântica", uma afirmação contestada por pesquisadores da IBM.

Outro ponto de destaque no anúncio foi a promessa de avanços na correção de erros quânticos, uma área crucial para tornar os sistemas quânticos viáveis em larga escala. Segundo Neven, "o Willow é o protótipo mais convincente de um qubit lógico escalável já construído". No entanto, especialistas apontam que a aplicação prática dessa tecnologia ainda está distante, com estimativas indicando a necessidade de cerca de um milhão de qubits para resolver problemas úteis.

Fontes
Yahoo e Newsweek
Imagens
istock