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Estudo revela que a Lua não é tão "geologicamente morta" quanto se imaginava

Pesquisadores identificaram sinais de atividade recente no lado oculto do satélite natural da Terra
Por History Channel Brasil em 31 de Janeiro de 2025 às 13:05 HS
Estudo revela que a Lua não é tão "geologicamente morta" quanto se imaginava-0

Um estudo recente trouxe uma nova perspectiva sobre a geologia da Lua, sugerindo que ela não é tão "geologicamente morta" quanto se imaginava. Os cientistas identificaram sinais de atividade tectônica recente no lado oculto do satélite natural da Terra, colocando em xeque a visão de que sua superfície estava inativa há bilhões de anos. As conclusões foram publicadas no periódico The Planetary Science Journal.

Cumes desconhecidos

Usando técnicas avançadas de mapeamento e modelagem, a equipe descobriu 266 cumes anteriormente desconhecidos no lado oculto da Lua. Esses cumes, geralmente agrupados em áreas vulcânicas estreitas, indicam possíveis fraquezas subjacentes na crosta lunar. A datação foi feita com uma técnica chamada contagem de crateras, que permite estimar a idade da superfície analisando a densidade de crateras na região.

"Estamos vendo que essas formas tectônicas estiveram recentemente ativas nos últimos bilhões de anos e podem estar ativas até hoje. Esses pequenos cumes parecem ter se formado nos últimos 200 milhões de anos, o que é relativamente recente na escala de tempo da Lua", explicou Jaclyn Clark, pesquisadora da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

Clark observou que os cumes no lado oculto da Lua eram estruturalmente semelhantes aos encontrados no lado visível, o que sugere que ambos foram criados pelas mesmas forças, provavelmente uma combinação do encolhimento gradual da Lua e mudanças em sua órbita. As missões Apollo detectaram, há décadas, pequenos abalos sísmicos lunares e as novas descobertas indicam que esses pequenos cumes podem estar relacionados a atividades sísmicas semelhantes.

Clark destacou a importância de estudar esses fenômenos para planejar futuras missões lunares. "Saber que a Lua ainda é geologicamente dinâmica tem implicações muito reais para onde planejamos colocar nossos astronautas, equipamentos e infraestrutura", afirmou.

Fontes
Universidade de Maryland, via EurekAlert
Imagens
istock