Confirmada a existência de um exoplaneta potencialmente habitável a 20 anos-luz

Uma equipe internacional confirmou a existência de um exoplaneta na zona habitável de uma estrela semelhante ao Sol, localizada a apenas 20 anos-luz da Terra. O planeta, nomeado HD 20794 d, foi inicialmente identificado utilizando dados do espectrógrafo HARPS, no Observatório La Silla, no Chile. A descoberta, publicada na revista Astronomy & Astrophysics, é resultado de mais de duas décadas de observações e análises rigorosas.

HD 20794 d

Considerado uma "superterra", o HD 20794 d possui uma massa seis vezes maior que a do nosso planeta e orbita sua estrela dentro da chamada zona habitável. Esse termo é usado para classificar uma região onde pode haver condições para a existência de água líquida, um elemento crucial para a vida como conhecemos. 

O planeta destaca-se por sua órbita altamente elíptica, que faz com que ele percorra regiões dentro e fora da zona habitável da estrela em um ciclo de 647 dias. Essa característica permite testar modelos científicos que investigam como variações de temperatura poderiam influenciar a existência de água líquida. Caso o planeta contenha água, ela poderia alternar entre estados sólido e líquido, oferecendo condições propícias para o desenvolvimento de vida

A confirmação foi possível graças à combinação de dados dos espectrógrafos HARPS e ESPRESSO, que permitem medir variações extremamente sutis nos espectros de luz emitidos pela estrela hospedeira. “Para mim, foi uma grande alegria quando conseguimos confirmar a existência do planeta”, disse Michael Cretignier, coautor do estudo e pesquisador da Universidade de Oxford, na Inglaterra. “Sua proximidade, a apenas 20 anos-luz, oferece esperança para missões espaciais futuras que possam até obter uma imagem direta dele”, completou.

Apesar de sua localização promissora, ainda é cedo para afirmar se o HD 20794 d pode sustentar formas de vida. O exoplaneta será um objeto de estudo essencial para futuros projetos, como o Extremely Large Telescope e o Habitable Worlds Observatory, que buscarão sinais de vida analisando atmosferas de planetas semelhantes à Terra. “Estou ansioso para ver o que outros cientistas poderão descobrir sobre este planeta, especialmente considerando sua peculiaridade orbital e proximidade relativa”, concluiu Cretignier.