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Um tipo de buraco negro poderia apagar o passado e oferecer infinitos futuros

Por History Channel Brasil em 09 de Março de 2018 às 14:21 HS
Um tipo de buraco negro poderia apagar o passado e oferecer infinitos futuros-0

A maioria dos astrônomos acredita que se um humano entrasse em buraco negro, seria sugado pela gravidade e destruído pela singularidade (um espaço infinitamente pequeno, mas que contém uma grande massa). Mas um novo estudo sugere que se alguém passasse por essa experiência, poderia sobreviver e apagar o próprio passado. Além disso, seria possível viver infinitos futuros.

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De acordo com o físico Peter Hintz, da Universidade de Berkley, se um viajante entrasse em um buraco negro "relativamente benigno", ele poderia sobreviver. Isso graças a um fenômeno teórico chamado de censura cósmica. Essa teoria sugere que dentro dos buracos negros exista uma barreira. Após atravessá-la, as leis do universo são canceladas.

Essa barreira seria mais profunda do que o horizonte de eventos (ou ponto de não-retorno), a fronteira ao redor do buraco negro que não permite que a luz ou a radiação escapem. Além desse ponto, tempo e espaço existem como um instante infinito. Segundo as leis da física, a massa de uma estrela que entrou em colapso e dá origem aos buracos negros é comprimida em um ponto infinitamente pequeno, chamado de singularidade. Hintz acredita que a singularidade e o horizonte de eventos podem coexistir.

A existência simultânea desses dois efeitos poderia criar uma zona além do horizonte de eventos, onde objetos estariam desconectados de seus passados e não teriam um futuro em particular. Isso quer dizer que se alguém sobrevivesse à experiência de um buraco negro, poderia ter o passado apagado e viver um infinito número de futuros.

O cientista esclarece que todas essas possibilidades são apenas teóricas. Hintz e seus colegas não estão sugerindo que um físico mergulhe em um buraco negro para ver o que acontece. "Essa é uma questão que pode ser estudada apenas matematicamente, mas que apresenta implicações físicas e quase filosóficas", diz ele.

Fonte: The Independent e Motherboard

Imagem: Jurik Peter/Shutterstock.com