5 pontos para entender a democracia grega
Em 507 a.C., o líder ateniense Clístenes introduziu um sistema de reformas políticas na Grécia chamado demokratia, ou “governo pelo povo”. Este foi o primeiro exemplo conhecido de democracia no mundo. Confira cinco pontos essenciais para entender a democracia grega:
Instituições da Democracia Ateniense
A democracia ateniense era composta por três instituições principais:
Ekklesia: A assembleia soberana que criava leis e decidia sobre a política externa. Todos os cidadãos masculinos adultos podiam participar, embora apenas cerca de 5.000 dos 40.000 cidadãos participassem regularmente das reuniões, que ocorriam 40 vezes por ano.
Boule: Um conselho de 500 homens, com 50 representantes de cada uma das dez tribos atenienses. Eles supervisionavam a administração cotidiana e decidiam quais assuntos seriam discutidos na ekklesia.
Dikasteria: Tribunais populares compostos por mais de 500 jurados sorteados diariamente entre os cidadãos masculinos acima de 30 anos. Esses tribunais eram a principal força da democracia, segundo Aristóteles.
Quem Podia Votar?
A participação na democracia era restrita a um segmento pequeno da população ateniense. Apenas homens cidadãos maiores de 18 anos podiam votar, totalizando cerca de 40 mil pessoas de uma população de aproximadamente 260 mil habitantes (incluindo mulheres, estrangeiros residentes e escravos).
Ostracismo
O ostracismo era um mecanismo pelo qual a ekklesia podia exilar um cidadão por dez anos. Essa prática era usada para proteger a cidade de indivíduos que eram percebidos como uma ameaça à democracia.
Seleção por Sorteio
Os membros da boule e os jurados dos tribunais eram escolhidos por sorteio, não por eleição. Este método visava garantir igualdade e impedir que a riqueza ou a popularidade influenciassem a seleção. No entanto, na prática, pessoas ricas e influentes frequentemente participavam da boule.
Evolução e Influência
Sob o governo de Péricles, a democracia ateniense evoluiu para um sistema mais aristocrático, mas os princípios democráticos continuaram a influenciar a política global. As democracias modernas, como as do Canadá, Estados Unidos e Brasil, são representativas, onde cidadãos elegem representantes para criar e implementar leis em seu nome, diferentemente da democracia direta praticada em Atenas.