5 reis "loucos" que entraram para a história
Histórias sobre reis loucos sempre despertaram o fascínio da humanidade. Ao longo dos séculos, não faltam casos de monarcas desequilibrados nas mais diversas civilizações do planeta. Confira abaixo cinco desses governantes cujas vidas foram marcadas pela insanidade:
Nabucodonosor II da Babilônia (604-562 a.C.)
O pioneiro de todos os reis loucos foi o governante babilônico Nabucodonosor, protagonista de uma das passagens mais fascinantes do livro de Daniel, no Antigo Testamento. De acordo com esse relato, o rei arrogante foi derrubado devido a sua falta de crença no Deus dos hebreus e passou a viver na natureza como um animal. A história bíblica conta que o monarca viveu isolado por sete anos como um louco, até reconhecer o poder do Deus único.
Calígula, Imperador de Roma (12-41 d.C.)
Superando até mesmo seu sobrinho Nero como o imperador romano mais cruel e mais louco, Calígula era conhecido por seus projetos extravagantes, sadismo e excentricidade. Uma vez ele fez seu exército construir uma ponte flutuante de dois quilômetros para que ele pudesse galopar nela em seu cavalo. Em outro episódio, o imperador declarou guerra ao deus Netuno e ordenou que suas tropas "saqueassem o mar" coletando conchas em seus capacetes. Ele construiu uma casa luxuosa para seu cavalo Incitatus e tentou nomear o equino para o alto cargo de cônsul, embora tenha sido assassinado antes de completar a promoção.
Henrique VI da Inglaterra (1421-1471)
Protagonista de uma trilogia dramática de Shakespeare, Henrique VI tornou-se rei antes de completar seu primeiro ano de vida. Ele passou suas últimas décadas lutando contra doenças mentais enquanto seu reino perdia terras para a França e mergulhava em uma guerra civil. Henrique sofreu seu primeiro colapso mental completo em 1453, que o deixou incomunicável por mais de um ano. Após se recuperar temporariamente, sua condição piorou em 1456. Durante a Guerra das Rosas, ele foi deposto pelas forças yorkistas em 1461 e exilado na Escócia. Em 1470, Henrique VI foi restaurado ao trono por um breve período, mas acabou perdendo o trono novamente, antes de ser assassinado no ano seguinte.
Joana de Castela (1479-1555)
Poucas histórias de rainhas são mais tristes do que a de "Joana, a Louca", cuja família e rivais conspiraram para mantê-la confinada em asilos. Nascida como quarta na linha de sucessão de seus pais, Fernando e Isabel, Joana se casou com Filipe "o Belo", da Borgonha, aos 16 anos. Quando uma série de mortes a tornou a herdeira, ela assinou o trono de Castela, tornando-se Joana I de Castela. Mas, devido à sua instabilidade mental, a regência foi entregue ao marido, Filipe, que assim se tornou o primeiro monarca Habsburgo da Espanha enquanto mantinha Joana em isolamento.
Após a morte de Filipe em 1506, o confinamento de Joana continuou por mais uma década durante a regência de seu pai. Após a morte de Fernando em 1516, Joana e seu filho adolescente Carlos foram feitos comonarcas. A partir de então, foi Carlos quem manteve sua mãe presa, criando um mundo fictício para mantê-la isolada. Em 1520, um grupo de rebeldes declarou Joana sã e apta para governar, mas ela se recusou a apoiá-los em uma revolta contra o próprio filho, que nunca a libertou de seu confinamento.
Ivan, o Terrível (1533-1584)
O primeiro czar de toda a Rússia, Ivan IV expandiu a influência de Moscou nas terras da antiga federação da Europa Oriental conhecida como Kievan Rus. Ivan promulgou reformas abrangentes, centralizou a administração e criou os precursores dos temidos serviços secretos russos. Ele tinha grande prazer em subjugar membros da nobreza através de torturas e execuções sádicas.
Cansado de governar, Ivan tentou renunciar em 1564, mas foi convencido a retornar um ano depois. Ele continuou a criar seu próprio feudo privado, a "oprichnina", através do qual exercia controle total sobre até um terço dos territórios moscovitas. Em 1581, Ivan matou seu próprio filho e herdeiro, batendo nele com um cajado pontiagudo em um acesso de raiva. Apesar de seu comportamento, Ivan, o Terrível, é considerado um dos czares mais respeitados da história da Rússia.