Alemanha não irá julgar ex-guarda nazista de 95 anos deportado dos Estados Unidos
Autoridades da Alemanha decidiram que não irão julgar o ex-guarda nazista Friedrich Karl Berger, de 95 anos, que havia sido deportado dos Estados Unidos em fevereiro. Ele foi expulso do país porque trabalhou no campo de concentração de Neuengamme durante a Segunda Guerra Mundial. Lá, os prisioneiros eram mantidos em condições terríveis: alguns deles morriam de exaustão ao executarem trabalhos forçados.
O caso foi avaliado pelo Ministério Público na cidade de Celle, no norte da Alemanha. Segundo os procuradores, não há evidências suficientes da participação de Berger em crimes nazistas para que haja um julgamento. Por isso, todas as queixas contra ele foram retiradas.
A ordem de deportação foi proferida no início de 2020, mas a defesa de Berger nos EUA havia recorrido da decisão. Em novembro do ano passado, o Conselho de Apelação de Imigração rejeitou o recurso e confirmou que o ex-guarda nazista deveria ser deportado para seu país de origem.
Berger morava nos EUA desde 1959. Em entrevista ao Washington Post no início de 2020, ele se mostrou revoltado com a ordem de deportação. "Depois de 75 anos, isso é ridículo. Não consigo acreditar", disse ele. "Vocês estão me expulsando de casa", completou.
Durante seu julgamento nos EUA, Berger admitiu que impediu prisioneiros de fugirem do campo de concentração. Mas ele alegou que não carregava armas e que trabalhou por pouco tempo em Neuengamme. Mais de 100 mil prisioneiros passaram pelo local entre 1938 e 1945.
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Fonte: The Times of Israel
Imagem: Departamento de Justiça dos EUA e Museu do Holocausto, via Wikimedia Commons