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Pesquisadores descobrem na França o mapa 3D mais antigo do mundo

Representação tridimensional do período paleolítico revela paisagem e fluxos de água na Bacia de Paris
Por History Channel Brasil em 18 de Janeiro de 2025 às 13:07 HS
Pesquisadores descobrem na França o mapa 3D mais antigo do mundo-0

Cientistas anunciaram a descoberta do que pode ser o mapa tridimensional mais antigo do mundo, esculpido em um megaclasto de arenito quartzítico no abrigo rochoso de Ségognole 3, na Bacia de Paris, na Gança. A novidade aprofunda o que se sabe sobre as habilidades cognitivas e práticas dos povos paleolíticos, que fizeram as gravuras a pedra há cerca de 13 mil anos. Um estudo sobre o tema foi publicado no periódico Oxford Journal of Archaeology.

Miniatura do relevo

O local, conhecido desde os anos 1980 por suas gravuras artísticas representando cavalos e elementos femininos, revelou um novo segredo: uma miniatura do relevo regional. "Não é um mapa como entendemos hoje — com distâncias, direções e tempos de viagem —, mas sim uma representação tridimensional do funcionamento de uma paisagem, com escoamento de águas de áreas altas para rios e lagos", afirmou Anthony Milnes, coautor do estudo e pesquisador da Universidade de Adelaide, na Austrália. 

Mapa representaria o relevo local
Mapa representaria o relevo local (Imagem: Dr. Médard Thiry/Mines Paris – Centro de Geociências PSL, via EurekAlert)

A pesquisa, liderada por Médard Thiry, pesquisador do Mines Paris – Centro de Geociências PSL, sugere que os povos paleolíticos moldaram o abrigo para refletir características geomorfológicas e hidráulicas do ambiente, incluindo caminhos de água pluvial. Thiry destaca que "os humanos esculpiram o arenito para promover fluxos específicos de infiltração de água, algo nunca antes reconhecido pela arqueologia".

Além disso, a equipe identificou uma conexão simbólica entre as estruturas esculpidas: a representação da paisagem e a figuração feminina no abrigo, ambas relacionadas ao conceito de água e vida. Para Thiry, essas criações podem carregar significados míticos profundos que permanecem inacessíveis à compreensão moderna. Segundo os pesquisadores, a descoberta redefine a visão sobre a engenharia e a imaginação dos nossos ancestrais.

Fontes
Universidade de Adelaide, via EurekAlert
Imagens
Dr. Médard Thiry/Mines Paris – Centro de Geociências PSL, via EurekAlert