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Assim eram as operações cerebrais feitas há milhares de anos no Antigo Egito

Apesar de os recursos e conhecimentos serem limitados, os médicos egípcios realizavam essas cirurgias com bastante sucesso
Por History Channel Brasil em 15 de Janeiro de 2025 às 16:14 HS
Assim eram as operações cerebrais feitas há milhares de anos no Antigo Egito-0

Embora a neurocirurgia possa parecer um ramo da medicina moderna, a verdade é que as civilizações antigas começaram a praticá-la há milhares de anos. A técnica da trepanação, que consistia em abrir o crânio para tratar traumas ou aliviar sintomas neurológicos, é considerada um dos primeiros passos da humanidade na exploração do cérebro humano. Pesquisas recentes mostram que essas operações, realizadas no Egito há mais de quatro mil anos, já utilizavam instrumentos desinfetados e métodos para aliviar a dor.

Trepanação

Para fazer uma trepanação, os médicos egípcios raspavam o cabelo do paciente, faziam uma incisão profunda no couro cabeludo e controlavam a hemorragia cauterizando as veias do ferimento. Em seguida, perfuravam o crânio com um trépano e levantavam o pedaço de osso para acessar o encéfalo. O médico removia coágulos de sangue, tumores ou qualquer corpo estranho que causasse sofrimento ao paciente. Após o procedimento, fechavam o orifício com uma placa.

Papiro de Edwin Smith
Papiro de Edwin Smith (Imagem: Domínio Público, via Wikimedia Commons)

O papiro de Edwin Smith, um dos tratados médicos mais antigos do mundo, também reforça a racionalidade dos métodos egípcios. Datado de cerca de 1600 a.C., ele reúne casos clínicos detalhados, abordando sintomas e tratamentos sem recorrer à magia ou a explicações sobrenaturais. Nele, está registrada a primeira descrição do córtex cerebral, um marco para a neurociência.

Estudos indicam que muitos pacientes sobreviveram a essas cirurgias, como mostram diversos crânios milenares descobertos com sinais de cicatrização. Além do tratamento de traumas, algumas trepanações podem ter tido propósitos rituais, como a liberação de “espíritos malignos”.

Essas descobertas destacam o pioneirismo da medicina egípcia e a busca incessante por soluções para a saúde. As práticas desse povo não apenas salvaram vidas em sua época, mas também lançaram as bases para a evolução médica que seguimos até hoje.

Fontes
Infobae
Imagens
istock