Amigas de infância separadas pelo nazismo se reencontram após 82 anos
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Duas amigas de infância separadas pelo nazismo se reencontraram após 82 anos nos Estados Unidos. Betty Grebenschikoff e Ana María Wahrenberg haviam se visto pela última vez quando tinham 9 anos, ao se despedir no pátio da escola que frequentavam, em Berlim, na Alemanha. As famílias de ambas tiveram que fugir do país devido à perseguição aos judeus.
Reencontro emocionante
As amigas procuraram uma a outra durante décadas, vasculhando bancos de dados e buscando informações de qualquer pessoa que pudesse saber de algo. Como ambas haviam mudado de nome depois de adultas, a tarefa tornou-se ainda mais difícil. Elas finalmente se encontraram por meio da Fundação USC Shoah, organização sem fins lucrativos fundada por Steven Spielberg, que produz e preserva testemunhos audiovisuais de sobreviventes do Holocausto.
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Uma pessoa que trabalha na entidade notou similaridades entre os depoimentos de ambas e colocou as amigas em contato. Assim, elas puderam desvendar o paradeiro uma da outra após a dolorosa despedida. Betty Grebenschikoff estava entre os 20 mil judeus europeus que fugiram para Xangai, na China, e atualmente mora na Flórida. Já Ana María fugiu com a família para Santiago, no Chile, onde ainda vive.
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O primeiro reencontro entre elas, promovido pela Fundação USC Shoah, pelo Museu do Holocasto da Flórida e pelo Museu Judeu do Chile, aconteceu por vídeo-chamada no ano passado. Agora, aos 91 anos, elas se reuniram pessoalmente na Flórida. Durante quatro dias as amigas voltaram a ser inseparáveis, fazendo compras, compartilhando almoços e jantares, além de colocar a conversa em dia.
“Foi como se nunca tivéssemos nos separado”, disse Wahrenberg. “Não somos as meninas que éramos quando tínhamos 9 anos, com certeza, mas continuamos rindo como se fôssemos crianças”, afirmou Grebenschikoff. As duas também beberam muito champanhe para comemorar o reencontro.