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Ao modo nazista: Suécia aplicou higiene racial à sua população com suposto apoio da ciência

País escandinavo promoveu a esterilização de indígenas, ciganos, pessoas consideradas "com pouca inteligência" ou vulneráveis
Por History Channel Brasil em 01 de Fevereiro de 2022 às 18:22 HS
Ao modo nazista: Suécia aplicou higiene racial à sua população com suposto apoio da ciência-0

Quando se fala em higiene racial, costuma-se lembrar das atrocidades que os nazistas cometeram contra os judeus. Mas essa prática não ficou restrita à Alemanha de Hitler. Na Suécia, o médico Herman Bernhard Lundborg também realizou atrozes experimentos que tinham como alvo grupos étnicos minoritários e pessoas consideradas "indesejáveis".

Esterilização em massa

O discurso supremacista de Herman Bernhard Lundborg adiantou em mais de uma década as práticas do médico nazista Josef Mengele e as teorias de superioridade racial nas quais o Terceiro Reich alemão baseou suas políticas de extermínio. A Suécia criou o primeiro instituto racial da história, com a fundação do Instituto Sueco para a Biologia Racial de Uppsala, em 1922, a mando de Lundborg. Esse órgão contribuiu para a expansão das teorias eugênicas na Alemanha, Estados Unidos e países escandinavos. 

Herman Bernhard Lundborg
Herman Bernhard Lundborg

Primeiro diretor do Instituto, Lundborg defendida que "os nórdicos constituem a raça superior, e qualquer tipo de mestiçagem com indígenas sami da Lapônia, romanis, judeus, tornedalianos, fineses ou outras minorias raciais debilitaria o povo escandinavo”. Assim, por meio da teoria de “higiene racial”, a Suécia promoveu a esterilização não somente dos samis, mas também da etnia cigana, além de pessoas vulneráveis e consideradas "de baixa inteligência".

Povo Sami sendo fotografado pelo Instituto Sueco para a Biologia Racial
Povo Sami sendo fotografado pelo Instituto Sueco para a Biologia Racial 

Em 2014, o governo sueco reconheceu as esterilizações e perseguições a minorias. Após um pedido de desculpas, foi estabelecida uma comissão para investigar os casos. A iniciativa revelou que a Suécia praticou a esterilização em massa em 230 mil pessoas, entre os anos de 1935 e 1996, amparando-se em programas de eugenia e “higiene social e racial” aprovados em parlamento. Após a década de 1970, a maioria dos pacientes submetidos ao procedimento eram mães alcoólatras, pessoas com doenças psiquiátricas ou em situação de extrema marginalidade social.

Família da etnia sami
Família da etnia sami
Fontes
Publico.es
Imagens
iStock, Televisão Pública da Suécia e Domínio Público, via Wikimedia Commons