Assim era o rosto de um gaúcho que viveu há 6 mil anos
Em 1961, pesquisadores escavaram os restos mortais de uma pessoa que viveu há cerca de seis mil anos em Maquiné, no litoral do Rio Grande do Sul. Até hoje esse é o esqueleto humano mais antigo já encontrado naquele estado. Agora, o rosto desse homem pré-histórico (apelidado de "Zé") foi reconstruído digitalmente em 3D.
Segundo os estudiosos, Zé era um homem indígena que tinha uma idade aproximada entre 40 e 50 anos quando morreu. Ele fazia parte de um grupo de caçadores-coletores nômades que pertenciam à Tradição Umbu (conjunto de culturas distintas que se concentraram em regiões mais altas do pampa, onde fazem fronteira o Rio Grande do Sul, a Argentina e o Uruguai). O esqueleto faz parte do acervo do Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul), em Taquara.
A iniciativa de revelar o rosto de Zé em 3D partiu de Cicero Moraes, designer especializado em reconstrução facial forense. Ele entrou em contato o Marsul por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pois iria apresentar a técnica em um evento em Porto Alegre. A partir das orientações de Moraes, o historiador e arqueólogo Antonio Soares fotografou o crânio em diferentes ângulos e enviou as imagens nas quais o especialista se baseou para fazer a reconstrução.
A partir das fotos e de informações de estudos anteriores sobre o crânio, Moraes desenvolveu um modelo virtual e tridimensional do rosto de Zé. O processo envolve uma técnica conhecida como fotogrametria, na qual dezenas de fotografias geram uma imagem tridimensional do crânio. O tom da pele e dos cabelos foram recriados com base nas informações fornecidas por técnicos do Marsul.
Imagens: Shutterstock.com e Cicero Moraes/Marsul/Reprodução