Cientistas descobrem fonte de combustível para 10 mil anos
Há mil vezes mais urânio no mar do que as reservas convencionais e, finalmente, o homem conseguirá extraí-lo da água.
Os oceanos do mundo contêm cerca de 4 bilhões de toneladas de urânio, o que representa 1 mil vezes as reservas convencionais. O problema sempre foi extraí-lo do mar. Os cientistas anunciam, agora, o que pode ser uma revolução na produção de energia mundial: a criação de tranças de fibras de polietileno contendo uma espécie química chamada “amidoxima”, que atrai urânio. Dessa forma, seria possível extrair o elemento das águas e usá-lo nas usinas de energia nuclear.
A novidade está publicada na revista Industrial & Engineering Chemistry Research, editada pela Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês). Por meio século, os pesquisadores em todo o mundo têm tentado extrair urânio dos oceanos, com pouco sucesso. Desde 2011, o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) iniciou um programa que envolve uma equipe multidisciplinar de pesquisadores em laboratórios ao redor do planeta. Os primeiros resultados animadores começam a aparecer agora.
O time de estudiosos conta com químicos, cientistas computacionais, engenheiros, cientistas marinhos e economistas. O conhecimento avançou depois que estudos computacionais forneceram insights sobre grupos químicos que se ligam seletivamente ao urânio. Estudos termodinâmicos forneceram uma visão sobre a química do urânio e espécies relevantes na água do mar, e estudos cinéticos descobriram fatores que controlam a velocidade com que o urânio na água do mar se liga ao adsorvente.
Reserva marinha é suficiente para 10 mil anos
“Para que a energia nuclear continue sendo uma fonte de energia sustentável, é necessário dispor de uma fonte economicamente viável e segura de urânio”, explica Phillip Britt, que lidera o programa DOE.
Estima-se que o urânio encontrado na Terra se esgotará nos próximos cem anos, deixando o planeta sem a matéria-prima necessária para produzir energia nuclear. Entretanto, essa descoberta poderá atender à demanda mundial de urânio para os próximos dez mil anos.
Fontes: Industrial & Engineering Chemistry Research e Oak Ridge National Laboratory
Imagem: Pacific Northwest National Laboratory/U.S. Dept. of Energy