Como gregos e romanos antigos utilizavam a eletricidade para tratar dores

A eletroterapia é considerada um avanço científico no mundo moderno, mas sabe-se que os antigos gregos e romanos já usavam a eletricidade para tratar doenças e enfermidades. Como não havia aparelhos para gerar eletricidade e manipulá-la, eles utilizavam uma fonte natural e acessível: os peixes.

O poder does peixes elétricos

Existem algumas espécies de peixes, como raias torpedo, enguias ou bagres elétricos, que têm a capacidade de gerar eletricidade, uma característica chamada bioeletrogênese. O conhecimento que os gregos tinham sobre essas espécies remonta ao tratado de Hipócrates, e até Platão e Aristóteles falavam dos poderes desses animais. 

Sabe-se que até o famoso Galeno fez experiências com peixes elétricos. Mas o primeiro uso documentado dessa técnica na história é de autoria de Escribônio Largo, médico da corte do imperador Cláudio. No ano 46 d.C., ele propôs pela primeira vez o uso dos choques para aliviar dores crônicas, como gota, ou mesmo dores de cabeça. 

Segundo o texto de Escribônio, colocava-se um peixe elétrico conhecido como torpedo entre as sobrancelhas do paciente, que recebia a carga até que o local ficasse anestesiado. Para a gota, o peixe era colocado embaixo dos pés do doente.