Máscara de Tutancâmon pode ter sido criada originalmente para Nefertiti, diz estudo
A máscara funerária de Tutancâmon, descoberta em 1922 pelo arqueólogo Howard Carter, é um dos símbolos mais representativos da civilização egípcia. No entanto, pesquisas recentes sugerem que este icônico objeto talvez não tenha sido criado para o jovem faraó, mas para outra figura importante: a rainha Nefertiti.
Brincos e traços femininos
Uma equipe da Universidade de York apresentou evidências de detalhes até então ignorados na máscara. A egiptóloga Joann Fletcher afirmou que a máscara "não foi feita para um faraó adulto". O rosto de Tutancâmon teria sido adicionado posteriormente a uma máscara mais antiga, soldada de maneira pouco convencional.
Os materiais e as técnicas utilizadas em cada seção da máscara são discrepantes, o que sugere que ela foi modificada para se adequar a um novo dono. Diferentes composições de ouro utilizadas no processo de solda podem indicar que, diante da morte repentina do faraó, a corte foi obrigada a adaptar uma máscara previamente projetada para outra figura da realeza.
A presença de orifícios para brincos é um fator crucial que apoia a teoria de que a máscara foi destinada a uma mulher, provavelmente Nefertiti. Nos tempos de Tutancâmon, o uso de brincos era comum entre mulheres e crianças, mas não entre faraós adultos. O egiptólogo Nicholas Reeves já havia sugerido em 2015 que alguns traços do design pareciam "incomumente femininos".
Nefertiti, esposa de Akhenaton, é considerada uma das figuras mais enigmáticas do Egito. Ela foi casada com Akhenaton, pai de Tutancâmon, que governou o Egito entre 1353 e 1336 a.C. Além disso, a rainha era mãe de Anquesenamom, meia-irmã com a qual o rei menino se casou. O destino dos restos mortais de Nefertiti é um mistério que intriga há anos os egiptólogos.