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Confissões do #Infiltrado: O Mundo dos Doentes Por Futebol

Por History Channel Brasil em 23 de Agosto de 2017 às 16:31 HS
Confissões do #Infiltrado: O Mundo dos Doentes Por Futebol-0

Eu sou um torcedor religioso do Clube Atlético Mineiro. Minha existência é pautada por isso, assim como a existência de Bin Laden foi pautada por seu fanatismo. Em primeiro lugar vem o Galo. Depois, as coisas menos importantes, como família e trabalho.

Eu sei que isso é uma coisa feia. Mas só consigo vê-la dessa forma quando os 10% da minha cabeça animal estão processando a razão e o bom senso. Acontece que os outros 90% estão ocupados por Atlético. O meu HD pessoal só tem espaço para a emoção, a virada épica, o pênalti defendido aos 48 do segundo tempo. Como disse o filósofo Ronaldinho Gaúcho em sua frase lapidar a respeito da atleticanidade: “Aqui é Galo, p.”.

Se me curei ou não, você verá ao final do episódio. Mas adianto que, se houve cura, houve também a transmissão da doença. Fazia tempo que eu procurava uma maneira de me infiltrar no universo dos torcedores fanáticos. Fred Melo Paiva, O Infiltrado
Mas, sendo eu um representante desta turba de enlouquecidos, acabava por não encontrar o necessário conflito de ideias que é o combustível do Infiltrado.

Até que um dia, depois de uma derrota do Galo que me carcomia a alma, eu vi a luz: para apresentar aquele mundo que eu conhecia tão bem, eu ia tentar me curar do meu próprio fanatismo.

Nutrido desse estranho objetivo, joguei-me numa incrível viagem pessoal, buscando ajuda e informação capazes de diminuir meu ímpeto de violência contra cruzeirenses e contra mim mesmo, já que meus casamentos e trabalhos acabavam por depender em demasia do sucesso do meu Galo.

Pude me enxergar, pela primeira vez, como integrante daquele universo de lunáticos. Compreendi as razões e extensões do meu vício pelo Galo. Se me curei ou não, você verá ao final do episódio. Mas adianto que, se houve cura, houve também a transmissão da doença. Gideon Boulting, o inglês que dirige O Infiltrado, é hoje, como diz um dos nossos cânticos, 100% Galoucura. O Galo, meu amigo, pega mais do que o ebola.