Conheça o arcanjo mais poderoso da mitologia judaico-cristã
Fruto de textos cabalistas da Idade Média, Metatron é o arcanjo mais controverso da mitologia judaico-cristã por causa dos inúmeros textos que descreveram-no de maneira ambígua e, por vezes, contraditória.
No entanto, em qualquer uma de suas formas, trata-se do arcanjo mais poderoso no reino celestial, o que lhe valeu o título de “Pequeno Jeová”.
[O HISTORY AGORA ESTÁ NO SPOTIFY: CLIQUE AQUI E SIGA-NOS]
Uma vez que ele não é mencionado explicitamente no Antigo nem no Novo Testamento, a figura do arcanjo Metatron não é aceita pelo cristianismo e em nenhuma de suas variantes. Porém, ele aparece no Talmude, o que fez com que a tradição rabínica o considerasse um escriba celestial e o mais importante dos arcanjos. Os estudiosos da Cabala também encontram no texto do Zohar uma identificação com o anjo que guiou o povo de Israel durante o seu êxodo e o descreve como o rei dos anjos, que reina sobre a árvore do bem e do mal.
Basicamente, existem duas vertentes que explicam sua procedência: que ele é Enoque, transformado em arcanjo depois de várias visitas ao reino dos céus; ou que ele é o primeiro ser da criação, sentado à esquerda do pai, o que, na tradição se associa a Satanás. De qualquer modo, ele não é humano, sua figura é controversa e, hoje, ele faz parte tanto do misticismo quanto do ocultismo.
A etimologia do seu nome também traz uma séries de dificuldades. Enquanto alguns afirmam que Metatron vem da expressão hebraica “guardião da entrada”, outros acreditam que vem da expressão grega “quem está atrás do trono”. Certamente, não existe correspondência hebraica para o seu nome, que possui muitas variantes: Methraton, Metrator, Merattron, Meetatron, entre outras.
Embora sua aparência seja descrita como a de um ser de fogo divino, com 36 pares de asas e 365 mil olhos, os cabalistas o consideram o mais poderoso dos serafins, que geralmente contam apenas com 3 pares de asas. Metatron, no entanto, tem esse número multiplicado por 12 (que são as tribos de Israel). Além disso, por ser escriba do céu, ele detém segredos cósmicos e possui uma sabedoria infinita – daí o simbólico número de 365 mil olhos e sua referência a uma clarividência que penetra todos os tempos, passados e futuros.
Associado à criação da matéria, que os gnósticos identificaram com o mal, e com a sabedoria, relacionada por muitas vertentes místicas à serpente que tentou Eva com o fruto proibido, Metatron é também o anjo que esteve na presença de Deus e foi nomeado “príncipe dos príncipes”, como Lúcifer no relato bíblico de Ezequiel.
Fonte: supercurioso.com
Imagem: Gustave Doré (1832-1883) (http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/dore/) [Domínio Público], via Wikimedia Commons