Conheça Popeye, a máquina mortífera de Pablo Escobar

Por trás das centenas de assassinatos, sequestros e ataques a bomba organizados pelo império das drogas de Pablo Escobar havia um homem, uma máquina de assassinatos, seu nome é John Jairo Velásquez Vásquez, mais conhecido como Popeye.

Por sua lealdade ao El Patron, o assassino profissional - que é como ele se define - foi responsável pelo menos pela morte de 300 pessoas e organizou o assassinato de, ao menos, 3000 mil outras. Ele também foi o mentor de 200 ataques de carros-bomba durante a guerra de Escobar pelo Cartel de Medellín.

Popeye também foi responsável por sequestros de alto calibre, entre eles o do Procurador Geral Carlos Mauro Hoyos, em janeiro de 1988. Ainda orquestrou o sequestro de Andrés Pastrana, que mais tarde seria presidente da Colômbia, de 1998 a 2002.

Atualmente, aos 54 anos, o assassino vive sob proteção de 24 horas em um lugar secreto.

Riqueza

A vida de matador profissional rendeu muito dinheiro. Segundo informações do Sunday Mirror, que entrevistou Velásquez, o criminoso recebia US$ 97.367 pelas mortes que executava pessoalmente. Conhecido como o "Assassino de confiança de Pablo Escobar", Popeye disse que não sentia remorosos pelas mortes - chegou a planejar a morte da própria namorada. Para ele, matar era  como trabalhar no escritório.

"Você tem que entender que eu era um assassino profissional. Sempre que eu tirava a vida, eu não sentia nada. Nem vergonha, nem tristeza, nem  felicidade, era simplesmente como um dia no escritório, cumprindo as ordens de Dom Pablo. Matar era muito fácil. Eu estava em uma guerra e eles estavam matando a minha família, meus amigos e meus colegas. Eu os encontrei decapitados e com as mãos e os membros cortados. "

"Lembro-me que a loteria de Medellín pagaria 80 milhões de pesos, e quando Dom Pablo me propôs um assassinato para fazer, ele telefonou para dizer 'Popeye, quanto é que a loteria paga? 80 milhões de pesos (US$ 26 mil). Posso te fazer mais rico do que qualquer loteria. Eu lhe dou 100 milhões de pesos (US$ 33.053), vá agora encontrar esse homem e matá-lo'. Eu simplesmente fiz o que ele pediu e ele me pagou o dinheiro", contou o assassino, que conheceu Escobar aos 17 anos. 

Prisão por um assassinato

Popeye foi para a cadeia em 1992, apenas um ano antes de Escobar ser morto pela polícia em um tiroteio. No momento de sua prisão, Popeye declarou: "Eu não devo nada a ninguém. Eu não fiz nada de errado ".

Contra a máquina mortífera de Escobar pesou apenas um assassinato: a morte do candidato presidencial Luis Carlos Galan, em 1989. Por este crime, Popeye ficou 23 anos na cadeira e foi solto no ano passado. Hoje ele vive em um lugar secreto e com segurança. Popeye sabe que deixou muitos inimigos do lado de fora da cadeia.  

"Sou uma vítima"

Depois de tanto tempo na cadeia, o discurso do matador de Escobar mudou um pouco. 

"Eu também sou uma vítima de Dom Pablo. Eu não era responsável pelos assassinatos. Eu era um assassino profissional e hoje em dia eu reconsidero isso. Sou um homem arrependido e reformado. Se possível, procuro reinserção na sociedade. Eu ainda sou capaz de matar, mas a menos que eu esteja encurralado, espero nunca mais ter que fazer isso de novo."

Hoje Popeye é YouTuber, escritor e também tem um site - Popeye Arrepentido (Popeye Arrependido) - em que fala da sua vida como braço de direito de Pablo Escobar.


Curiosidade

Ele tem esse apelido porque havia tentado entrar para a Marinha colombiana quando jovem, e também pelo prognatismo que lhe deu um queixo no estilo do marinheiro dos desenhos animados. Mais tarde, Popeye passou por uma cirurgia na face por conta disso.

Fonte: The Vintage News

Imagem destaque: popeyearrepentido.com 

Imagens do corpo do texto (de cima para baixo): Reprodução YouTube/Polícia Nacional da Colômbia [Domínio Público], via Wikimedia Commons