Descoberta inesperada em Pompeia revela surpresa sobre a história da Espanha
Uma tumba encontrada em Pompeia, na Itália, revelou detalhes fascinantes sobre a distribuição de poder durante a era de Augusto, o primeiro imperador de Roma. Inscrições encontradas no local também trazem informações inéditas sobre a história da Espanha. A descoberta foi feita durante obras nos porões do edifício de San Paolino, futuro local da biblioteca do Parque Arqueológico de Pompeia.
"Prefeito dos Autrigões"
A estrutura, do tipo conhecido como "tumba em schola", consiste em um banco semicircular decorado com patas de leão nas bordas. A inscrição revelou o nome da pessoa sepultada ali e trouxe várias surpresas para os arqueólogos e estudiosos. O texto foi traduzido por Maria Chiara Scappaticcio, professora de Língua e Literatura Latina na Universidade Federico II de Nápoles, e Alberto Dalla Rosa, professor de História Romana na Universidade Bordeaux Montaigne.
"Para Numerius Agrestinus, filho de Numerius, Equitius Pulcher, tribuno militar, prefeito dos Autrigões, prefeito do corpo de engenharia militar, Duumvir com jurisdição (o magistrado mais importante da cidade de Pompeia) em duas ocasiões, o local de sepultamento foi decidido por decreto do conselho da cidade", diz a inscrição. O primeiro fato surpreendente é que a mesma pessoa é conhecida por outra inscrição funerária na necrópole de Porta Nocera, onde sua esposa, Veia Barchilla, construiu um monumento cilíndrico para si e para seu marido.
O segundo elemento surpreendente diz respeito ao posto de "prefeito dos Autrigões". Os Autrigões eram uma tribo das regiões do norte da Península Ibérica, onde Augusto esteve envolvido nas "Guerras Cantábricas" de 29 a 19 a.C., com o objetivo de completar a ocupação da Espanha. Até hoje, o posto de "prefeito dos Autrigões" era um cargo imperial desconhecido.
"Essa descoberta fornece mais uma confirmação de que o sítio de Pompeia ocupa um papel de extrema importância para expandir nosso conhecimento e compreensão da sociedade romana durante esse período", disse Gennaro Sangiuliano, Ministro da Cultura italiano.