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Destroços de navio do Império Romano de 1.700 anos revelam tesouro gastronômico

Embarcação transportava diversos tipos de alimento no momento em que afundou no século IV
Por History Channel Brasil em 11 de Junho de 2024 às 13:09 HS
Destroços de navio do Império Romano de 1.700 anos revelam tesouro gastronômico-0

Um novo estudo publicado revelou detalhes inéditos sobre a carga de um navio romano que naufragou no século IV na Espanha. Em seus destroços, os pesquisadores encontraram um verdadeiro tesouro gastronômico. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Archaeological and Anthropological Sciences

Ânforas

A descoberta dos destroços aconteceu após uma tempestade em 2019 que atingiu a costa de Mallorca, uma ilha espanhola no Mediterrâneo. As ondas fortes trouxeram à tona os destroços de um navio romano de 12 metros perto da praia de Ca’n Pastilla, chamando a atenção dos arqueólogos. O barco é batizado de Ses Fontanelles.

Mergulhador segurando ânfora

Ao longo dos séculos, o navio foi preservado por camadas de sedimentos que impediram a exposição ao oxigênio. "O mais surpreendente sobre o barco é o quão bem preservado está, até mesmo a madeira do casco," disse o arqueólogo Miguel Ángel Cau, da Universidade de Barcelona, ao The Guardian. O barco continha mais de 300 ânforas (jarros antigos romanos ou gregos de gargalo estreito). Em algumas delas, os pesquisadores encontraram restos de alimentos. Muitas apresentavam rótulos pintados que descreviam seu conteúdo.

Os pesquisadores descobriram que o navio continha quatro tipos de ânforas que guardavam alimentos como molho de peixe, vinho, conservas de frutas e azeite. A análise revelou que o molho de peixe fermentado, ou garum, era feito principalmente de anchovas e sardinhas. Eles também identificaram um tipo de ânfora previamente desconhecido.

A análise da madeira do navio revelou ainda que os romanos eram altamente seletivos com seus materiais de construção, usando pinho para as partes principais do casco, enquanto outras peças eram feitas de oliveira, louro e zimbro. Agora, os pesquisadores estão trabalhando para preservar os destroços para que mais pessoas possam vê-lo. 

Fontes
All That is Interesting
Imagens
ARQUEOMALLORNAUTA/Consell de Mallorca/UB/UCA/UIB