Desvendado o mistério do sarcófago de chumbo encontrado em Notre-Dame

O mistério por trás do segundo sarcófago de chumbo descoberto na Catedral de Notre-Dame, durante as escavações realizadas após o incêndio de 2019, foi finalmente resolvido. Desde o início dos trabalhos de restauração, arqueólogos têm feito escavações tanto no interior quanto no exterior da igreja. As descobertas realizadas nos últimos cinco anos têm lançado nova luz sobre a história da edificação e seus arredores, com destaque para a resolução do enigma dos sepultamentos.

Cavaleiro e poeta

Entre os achados mais intrigantes estavam dois sarcófagos de chumbo, exumados em 2022. Um deles foi identificado como pertencente ao cônego Antoine de La Porte, graças à inscrição em seu caixão. No entanto, o segundo, encontrado na mesma área da catedral, intrigava os especialistas. Após uma investigação multidisciplinar, o anônimo foi identificado como um homem na casa dos 30 anos que faleceu no século XVI de meningite tuberculosa crônica.

O professor Eric Crubézy, da Universidade de Toulouse, revelou uma das hipóteses mais prováveis: "As pesquisas sugerem que este indivíduo poderia ser o poeta e cavaleiro Joachim du Bellay, falecido em 1560". A ausência de sua sepultura original, aliada às evidências da doença e da localização específica onde o corpo foi encontrado, reforça essa possibilidade, segundo o professor.

As investigações mostraram que, além de ter sido embalsamado, o corpo do indivíduo foi enterrado em uma área privilegiada da catedral, sugerindo sua importância. A hipótese de que ele possa ter sido transferido para esta sepultura durante obras no século XVI ou XVII também foi levantada.