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Encontrado na Amazônia o crânio fossilizado do maior golfinho que já existiu

Animal gigante pertence a uma espécie previamente desconhecida que viveu há cerca de 16 milhões de anos
Por History Channel Brasil em 24 de Março de 2024 às 16:04 HS
Encontrado na Amazônia o crânio fossilizado do maior golfinho que já existiu-0

Paleontologistas da Universidade de Zurique (UZH) anunciaram que encontraram o crânio fossilizado do maior golfinho do mundo na região amazônica peruana. O animal media cerca de 3,5 m de comprimento e viveu há aproximadamente 16 milhões de anos. Ele pertencia a uma espécie previamente desconhecida, batizada de Pebanista yacuruna.

Pebas

A nova espécie pertence ao grupo Platanistoidea, um grupo de golfinhos comuns nos oceanos entre 24 e 16 milhões de anos atrás. Os pesquisadores acreditam que seus ancestrais marinhos originais invadiram os ecossistemas de água doce rica em presas da proto-Amazônia e se adaptaram a esse novo ambiente. Surpreendentemente, seus parentes vivos mais próximos são golfinhos que vivem em rios no Sul da Ásia.

"Há 16 milhões de anos, a Amazônia peruana parecia muito diferente do que é hoje", disse Aldo Benites-Palomino, paleontólogo da UZH e principal autor do estudo. "Grande parte da planície amazônica estava coberta por um grande sistema de lagos e pântanos chamado Pebas", explicou. Essa paisagem incluía ecossistemas aquáticos, semi-aquáticos e terrestres (pântanos, planícies de inundação, etc.) e se estendia pelo que hoje abrange partes da Colômbia, Equador, Bolívia, Peru e Brasil.

Quando o sistema Pebas começou a ceder lugar à Amazônia moderna, há cerca de 10 milhões de anos, novos habitats fizeram com que as presas do golfinho gigante desaparecessem, levando o Pebanista yacuruna à extinção. Isso abriu uma nicho ecológico que foi explorado pelos antepassados dos atuais botos da Amazônia, que também estavam enfrentando a extinção nos oceanos devido ao surgimento de novos cetáceos, como os golfinhos oceânicos modernos.

Fontes
Universidade de Zurique, via EurekAlert e The Guardian
Imagens
Jaime Bran/Universidade de Zurique/Divulgação, via EurekAlert