Entre as lembranças da Primeira Guerra, um ursinho de pelúcia que nunca chegou ao seu destino
A Primeira Guerra Mundial, que aconteceu há cem anos, foi o primeiro conflito bélico em escala planetária. A Guerra provocou a destruição não apenas de cidades e países inteiros, mas também de histórias e ligações afetivas. Hoje, um século depois, ainda aparecem vestígios e fragmentos de vínculos quebrados e relações interrompidas de maneira brusca. É o caso de um urso de pelúcia encontrado no aeroporto de Bristol, na Grã-Bretanha, de cem anos de idade, e separado de suas donas provisórias, Dora e Glyn, desde 1918. As autoridades inglesas tentam, há meses, descobrir o paradeiro de Dora e Glyn, que queriam dar o objeto de presente ao seu pai, como é possível ler na parte de trás da fotografia encontrada ao lado do ursinho desajeitado: “Com amor e beijos para nosso amado pai. De suas amorosas filhas, Dora e Glyn”. De acordo com os pesquisadores envolvidos na busca, o mais provável é que o urso de pelúcia, que, ao longo dos anos perdeu um olho e metade de uma orelha, ficando com um aspecto de eterna melancolia, nunca chegou ao destinatário. Possivelmente, o pai das garotas está entre muitos que não retornaram da guerra. Há várias semanas, autoridades pesquisam nos arquivos do aeroporto, à procura de nomes de passageiros que coincidam com os apontados na carta, embora, até momento, tenha sido em vão. Esse ursinho solitário é um símbolo marcante da tristeza que a Primeira Guerra proporcionou a tanta gente.
Fonte e imagens: SDP