Espanha resgatará do mar um galeão do século XVII em operação sem precedentes
Um galeão do século XVII que afundou enquanto transportava prata da Bolívia será resgatado na costa da Espanha. A operação, considerada "sem precedentes" no país, tem um custo estimado de 650 mil euros. O navio, provisoriamente chamado de Delta 1, foi descoberto em 2011 durante obras do novo terminal de contêineres do porto de Cádiz.
Prata e canhões
O galeão mede 20 metros de comprimento por 6 metros de largura. Ao investigar os destroços do navio, foram encontrados, entre outros objetos, 27 canhões de ferro suecos, 22 lingotes de prata das minas de Oruro e Potosí (atualmente na Bolívia) e instrumentos de navegação.
Desde sua descoberta, o galeão foi protegido e mantido em uma área com menor profundidade e melhor visibilidade. Atualmente, ele está a uma profundidade de apenas 5,5 metros. A extração do navio foi necessária devido ao início iminente da construção da segunda fase do terminal de contêineres.
Segundo Teófila Martínez, presidente da Autoridade Portuária, na próxima etapa, o barco será extraído do mar e colocado em uma cama de areia, sob uma tenda e em condições de umidade constante para evitar sua deterioração. Durante a operação, especialistas em arqueologia subaquática documentarão cada camada do naufrágio, desmontando e escaneando as peças do galeão.
O objetivo do projeto é identificar o nome do galeão e determinar sua rota no momento do naufrágio, enriquecendo o conhecimento sobre a história marítima do século XVII, conforme explicou Milagros Alzaga, diretora do Centro de Arqueologia Subaquática de Andaluzia. Partes do navio serão exibidas em museus, enquanto outras serão devolvidas ao mar.