Família russa viveu em completo isolamento durante mais de 40 anos
Boa parte do mundo está fazendo isolamento social devido à pandemia de coronavírus. Nessa situação, muitas pessoas reclamam das dificuldades para se manter em quarentena, já que sentam falta de sair e interagir com amigos e parentes. Se ficar nessa situação por alguns dias já é complicado, imagine ficar isolado por mais de 40 anos, como aconteceu com a família Lykov, na Rússia.
No verão de 1978, um piloto de helicóptero avistou clareiras em um região desabitada no meio da floresta de taiga siberiana. Ele estava trabalhando para um grupo de geólogos soviéticos que estavam no local para prospectar minério de ferro. Após inspecionar o local, eles encontraram uma família, membros de uma seita fundamentalista ortodoxa russa chamada "Antigos Crentes" perseguida após a Revolução Russa de 1917.
Família Lykov ficou sem contato com a civilização
Os bolcheviques, que haviam proibido o cristianismo, mataram o irmão de Karp Lykov em 1936. Por isso, ele decidiu se isolar com o resto da família naquele ano. Assim, ele levou sua mulher, Akulina, e seus dois filhos, Savin e Natalia para a floresta siberiana. Enquanto viveu no local, o casal teve mais dois filhos, Dmitry e Agafia.
Durante essas quatro décadas de exílio total, a família russa havia perdido qualquer contato com a civilização. A vida deles era dura: os Lykov tiveram que usar panos feito de cânhamo para substituir suas roupas, além de fazer galochas com casca de bétula quando seus sapatos ficaram muito desgastados. Após uma nevasca devastar suas plantações em 1961, Akulina morreu de fome.
O isolamento deles era tão grande que não tinham notícias do que estava acontecendo no resto do mundo. Karp disse não ter tido conhecimento sobre a Segunda Guerra Mundial, já que nunca escutou nenhum disparo, detonações ou aviões no céu. Logo após ser localizada, a família relutou em aceitar presentes oferecidos pelo geólogo, mas depois aceitaram receber talheres, papel, canetas e uma lanterna.
Em 1981, três membros da família morreram em um curto intervalo de tempo. O primeiro foi Dmitry, que não resistiu a uma pneumonia. Ele havia recusado uma carona de helicóptero oferecida pelos geólogos, pois não queria se afastar da família. Depois, Savin e Natalia também morreram. Inicialmente especulou-se que eles tivessem contraído alguma doença por falta de imunidade após terem contato com o mundo externo, mas o escritor Vasily Peskov, autor de um livro sobre a família, afirma que eles morreram de falência renal. Depois disso, Karp e sua filha Agafia continuaram a morar no local. Ele morreu en 1988. Agafia é a única sobrevivente da família. Ela chegou a deixar o isolamento em 2016 para tratar de um problema na perna, mas voltou para sua casa na floresta siberiana depois de curada.
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Fonte: All That is Interesting
Imagens: Domínio Público/Reprodução