Fezes humanas antigas oferecem pistas sobre o fim da civilização maia
Um novo estudo usou antigas fezes humanas para entender melhor as causas do fim da civilização maia. De acordo com os cientistas, as descobertas reforçam a teoria que aponta as mudanças climáticas como a principal razão para o colapso do povo pré-colombiano.
Mudanças climáticas e o fim dos maias
O estudo foi feito com um método de análise relativamente novo, baseado em estanóis fecais. Essas moléculas orgânicas, encontradas nas fezes, são capazes de resistir durante milhares de anos em camadas de sedimentos debaixo de lagos e rios. A pesquisa, publicada na revista Science Alert, identificou quatro distintos períodos durante os quais o tamanho da comunidade maia cresceu e diminuiu em épocas secas ou úmidas: entre 1350 e 950 a.C.; 400 e 210 a.C.; 90 e 280 d.C.; e 730 e 900 d.C.
Juntamente com outros registros históricos, os estanóis permitiram aos pesquisadores obter pistas sobre a mudança da população, já que trazem indicadores precisos de quantas pessoas viveram em um local em um determinado momento. Com os estanóis obtidos de um lago próximo ao sítio arqueológico de Itzán, os pesquisadores realizaram comparações com os dados climatológicos históricos, que incluem o nível de chuvas e pólen na atmosfera.
“É importante para a sociedade em geral saber que houve civilizações antes de nós que se viram afetadas e se adaptaram às mudanças climáticas”, afirma Peter Douglas, da Universidade McGill. “Ao vincular as evidências das mudanças climáticas à população, podemos começar a ver um vínculo claro entre as chuvas e a capacidade dessas cidades antigas de sustentar sua população”, concluiu.
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Fonte: 20minutos.es
Imagens: iStock