Fósseis encontrados na África do Sul reacendem o debate sobre a origem da humanidade
O conjunto de cavernas Sterkfontein, na África do Sul, fica situado em uma área considerada como "o Berço da Humanidade". Lá, foram descobertos diversos fósseis de hominídeos do gênero Australopithecus, ancestrais da nossa espécie. Agora, novas análises feitas em ossos fossilizados encontrados no local reacendem o debate sobre a origem dos humanos.
Mais velhos que "Lucy"
Usando uma nova técnica da datação, pesquisadores constataram que os fósseis encontrados na caverna conhecida como "Member 4" têm entre 3,4 e 3,6 milhões de anos. Ou seja, eles são um milhão de anos mais antigos do que se imaginava. Um estudo sobre o tema, assinado por Darryl Granger, professor na Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, foi publicado no periódico científico PNAS.
A descoberta indica que os hominídeos já estavam no sul da África ao mesmo tempo em que também habitavam a África Oriental. Até agora, os cientistas consideravam o fóssil de "Lucy" como o mais antigo exemplar de australopiteco. Estima-se que ela tenha vivido há cerca de 3,2 milhões de anos na região da Etiópia, onde seus ossos fossilizados foram encontrados em 1974.
De acordo com os pesquisadores, a nova datação mostra que o Australopithecus existia em Sterkfontein quase um milhão de anos antes do aparecimento do Paranthropus e do Homo, dando mais tempo para que eles evoluíssem no Berço da Humanidade. Isso coloca os hominídeos daquele local no centro da história da evolução dos humanos primitivos.