A assombrosa teoria sobre o desaparecimento dos neandertais: do que se trata?
As causas do desaparecimento dos neandertais, há 30 mil anos, nunca foram completamente esclarecidas. Em 2016, um estudo assinado pelos antropólogos Jordi Augustí e Xavier Rubio-Campillo sugeria que o desaparecimento da espécie poderia estar associado a uma prática macabra: o canibalismo. Após várias descobertas, essa hipótese voltou a ganhar força.
Mudanças climáticas
Segundo os cientistas, os neandertais teriam praticado tanto o exocanibalismo (se alimentar de outro grupo de pessoas) quanto o endocanibalismo (tendência a ingerir membros de seu mesmo clã ou entorno por motivos religiosos ou necessidade extrema). Os especialistas acreditam que ambas as práticas teriam sido adotadas devido a condições específicas de fome ou mudanças climáticas.
Para alguns pesquisadores, a prática generalizada do canibalismo entre os neandertais teve a ver com a glaciação de Riis, a penúltima era glacial do Pleistoceno. Segundo essa hipótese, a redistribuição da flora e da fauna, pelas mudanças climáticas, fez com que os grandes mamíferos se deslocassem para locais mais frios. Os neandertais, reconhecidos por serem coletores e caçadores por excelência, teriam decidido recorrer ao canibalismo para contornar a falta dessa fonte de alimentos.
Outro aspecto curioso teria facilitado com que os neandertais aderissem ao canibalismo, segundo pesquisadores. Os bulbos olfatórios da espécie eram menores do que os do homo sapiens, fazendo com que eles tivessem maiores dificuldades para distinguir cheiros. Assim, o aroma da carne de outros homo neanderthalensis não causaria repulsa nos membros da espécie.