Império Bizantino floresceu após erupção vulcânica catastrófica, sugere estudo
Um estudo recente sugere que o Império Romano do Oriente (também conhecido como Império Bizantino) não só resistiu aos impactos de uma erupção vulcânica catastrófica em 536 d.C., mas floresceu nas décadas seguintes. Publicada na revista Kilo, a pesquisa, conduzida por Lev Cosijns, da Universidade de Oxford, e Haggai Olshanetsky, da Universidade de Varsóvia, contradiz teorias anteriores que associavam desastres naturais e epidemias ao declínio bizantino.
Aumento populacional
A erupção, que lançou poeira na atmosfera e teria provocado resfriamento global, é considerada pelos cientistas como um dos eventos climáticos mais severos da história. Contudo, a análise de dados arqueológicos demonstra que, em vez de colapsar, a região mediterrânea experimentou crescimento econômico e aumento populacional. “Nossas descobertas revelam que não houve declínio no século VI, mas sim um novo recorde em população e comércio no Mediterrâneo oriental”, escreveram os autores em um artigo no site The Conversation.
Examinando pequenos e grandes conjuntos de dados, os pesquisadores reavaliaram locais como Elusa, que atualmente fica em Israel, e constataram que o declínio econômico ocorreu apenas no século VII. Eles também usaram registros de naufrágios para mapear o volume do comércio marítimo, que atingiu níveis históricos no século VI.
As conclusões indicam que o Império Bizantino estava no auge de sua prosperidade ao entrar no século VII. Somente após falhas estratégicas em conflitos com os persas e outras crises internas é que a região entrou em declínio, abrindo caminho para transformações políticas e culturais profundas, incluindo a ascensão do Islã.
O estudo ainda destaca a resiliência bizantina diante de adversidades climáticas, sugerindo que os efeitos dessas mudanças variaram amplamente entre regiões. Por outro lado, os autores alertam que a crise climática contemporânea apresenta uma ameaça muito maior e potencialmente irreversível.