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A inacreditável história de Maximiliano I, último imperador do México

Membro da família Habsburgo, ele se apaixonou pela filha de D. Pedro I e encontrou um destino trágico em terras mexicanas
Por History Channel Brasil em 31 de Julho de 2024 às 16:10 HS
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A história de Maximiliano I, último imperador do México, parece saída de um livro de realismo fantástico latino-americano. Austríaco, membro da poderosa família imperial dos Habsburgo, ele encontrou um destino trágico no país estrangeiro onde reinou por pouco tempo. Antes disso, o nobre ainda se envolveu com uma princesa brasileira. 

Circunstâncias complexas

Segundo filho do arquiduque Francisco Carlos, Maximiliano era irmão mais novo do imperador austríaco Francisco José I e tio do arquiduque Francisco Ferdinando (cujo assassinato foi o pivô da I Guerra Mundial). Como não estava destinado a governar seu país-natal, Maximiliano entrou para o serviço militar, atuando na Marinha Imperial Austríaca.

Maximiliano I

Durante uma viagem a Lisboa, em Portugal, Maximiliano viveu um amor trágico com a princesa brasileira Maria Amélia de Bragança, filha do imperador D. Pedro I e de sua segunda esposa, Amélia de Leuchtenberg. Os dois se conheceram em 1852, se apaixonaram profundamente e noivaram. No entanto, o destino não foi gentil com o casal. Maria Amélia adoeceu gravemente com tuberculose e, apesar dos esforços médicos, morreu em 4 de fevereiro de 1853, aos 22 anos. A morte prematura da princesa deixou Maximiliano devastado e influenciou profundamente sua vida pessoal e emocional.

As circunstâncias que levaram Maximiliano ao trono do México foram complexas, envolvendo uma combinação de interesses políticos, econômicos e ideológicos. Após a Guerra da Reforma (1857-1861), o país estava politicamente instável, com conflitos entre liberais e conservadores. Os liberais, liderados por Benito Juárez, buscavam modernizar o país por meio de reformas laicas, enquanto os conservadores desejavam um governo central forte e tradicional. Além disso, o México tinha grandes dívidas com nações europeias, incluindo a França. 

Quando Juárez suspendeu o pagamento das dívidas externas em 1861, França, Grã-Bretanha e Espanha intervieram militarmente, mas foi Napoleão III da França que viu na intervenção uma oportunidade para expandir sua influência e estabelecer uma monarquia católica no México. Os conservadores monarquistas mexicanos convidaram Maximiliano, acreditando que ele seria o governante ideal para unir e pacificar a nação (o austríaco era descendente de Carlos V, Sacro Imperador Romano e Rei da Espanha, que governava quando os espanhóis conquistaram os astecas (1519-1521) e incorporaram o México ao Império Espanhol)

Maximiliano I

Inicialmente hesitante, Maximiliano aceitou a oferta após garantias de apoio de Napoleão III e um plebiscito controverso que supostamente mostrava o apoio do povo mexicano. Chegando ao México em 1864 com sua esposa Carlota, seu reinado foi instável desde o início. 

Em vez de implementar políticas que devolveriam o poder aos conservadores mexicanos, Maximiliano procurou implementar políticas liberais, o que fez com que perdesse o apoio dos conservadores. Internacionalmente, sua legitimidade como governante foi questionada, já que os Estados Unidos continuaram a reconhecer Benito Juárez como o chefe de estado legítimo.

A retirada do apoio militar francês em 1866, devido à pressão dos Estados Unidos após a Guerra Civil Americana, deixou Maximiliano isolado. Enfrentando a resistência das forças republicanas de Juárez, seu império entrou em colapso. Maximiliano foi capturado e condenado à morte por fuzilamento. 

Fuzilamento de Maximiliano
Fuzilamento de Maximiliano

Suas últimas palavras foram: "Eu perdoo a todos, e peço que todos me perdoem. Que o meu sangue, que está prestes a ser derramado, ponha fim ao derramamento de sangue que tem acontecido na minha nova pátria. Viva o México! Viva a sua independência!".

Fontes
History.com e BBC
Imagens
Domínio Público, via Wikimedia Commons