Isso é a escravidão, hoje no mundo, aqui no Brasil e agora...
Sabe-se que há cerca de 49 milhões de escravos em todo o mundo, ou seja, são pessoas que não possuem sequer a liberdade de decidir sobre seu próprio corpo.
Embora seja considerada ilegal, a escravidão moderna continua existindo. No Brasil não é diferente. O país aboliu os trabalhos forçados com a assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888 e, ao longo do tempo, assinou várias convenções internacionais contra o trabalho escravo. Porém, apenas em 1995 reconheceu oficialmente que muitos brasileiros ainda eram submetidos ao trabalho escravo. O país teve que ser processado junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que se aparelhasse para combater o problema. De acordo com números do Ministério do Trabalho, foram resgatados 1.010 trabalhadores em 2015 que estavam em condições análogas à escravidão.
Abaixo, listamos para você as formas como a escravidão ainda ocorre no mundo e, por fim, como é o perfil dela no Brasil.
Indústria de peixes e frutos do mar
Como acontece muitas vezes, é prometido um trabalho digno a essas pessoas, para, no final, prendê-las. Elas são levadas a barcos pesqueiros, onde podem chegar a trabalhar por anos e em um ritmo de 20 horas por dia sem sequer ver a luz do sol. A Tailândia é um dos países com o maior índice dessa escravidão, sobretudo com refugiados birmaneses e cambojanos.
O pedido de esmolas
Crianças de todas as partes do mundo são forçadas a pedir esmolas nas ruas por adultos criminosos. Seus escravizadores as obrigam a entregar todo o dinheiro arrecadado, sem lhes deixar nenhuma moeda. Além disso, eles as privam de alimento a as ameaçam com violência física caso se neguem a trabalhar para eles.
Escravidão sexual
Acredita-se que há 4,5 milhões de pessoas forçadas à exploração sexual. Assim como ocorre na indústria pesqueira, as mulheres são enganadas com promessas falsas de trabalho ou até mesmo sequestradas para venderem seu corpo.
Entre a maconha e os salões de beleza
Só no Reino Unido, estima-se que há entre 10 a 13 mil jovens escravos, que têm suas famílias ameaçadas caso fujam dos campos de plantação de maconha ou inclusive dos salões em que trabalham. Na maioria das vezes, costumam ser crianças indefesas.
Escravidão oculta
Uma das principais formas de escravidão ocorre dentro de casa. Trata-se de pessoas obrigadas a realizar trabalhos forçados em casas ou fazendas, enquanto são mantidas em condições subumanas ou mal alimentadas por meses ou até mesmo anos.
Trabalho escravo no Brasil
As pesssoas vítimas de trabalho escravo no Brasil têm origem de várias regiões: centro-oeste, nordeste e norte, mas também podem ser de países como Bolívia, Paraguai, Peru, Haiti, da África ou do Oriente Médio. Nas atividades agrícolas, o trabalho escravo é usado na pecuária, na produção de carvão e nos cultivos de cana-de-açúcar, soja e algodão. Recentemente, nos centros urbanos, também tem surgido casos de escravidão na construção civil e na indústria têxtil. Na zona rural, 95% das pessoas submetidas ao trabalho escravo rural são homens e jovens. Dados oficiais do Programa Seguro-Desemprego de 2003 a 2014 indicam que, entre os trabalhadores libertados, 72,1% são analfabetos ou não concluíram o quinto ano do Ensino Fundamental.
Fontes: Senado.gov, Carta Educação, Nações Unidas, Global Slavery Index, Agência Brasil
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Imagem do corpo do texto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil