Linhas de Nazca: Inteligência Artificial revela novas figuras misteriosas no Peru

A Inteligência Artificial ajudou pesquisadores a fazer uma descoberta importante no deserto de Nazca, no Peru. Um levantamento realizado com o auxílio da tecnologia resultou na identificação de 303 novos geoglifos, quase dobrando o número de figuras conhecidas na região. Um estudo sobre o tema, liderado por Masato Sakai, da Universidade de Yamagata, no Japão, foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Divisor de águas

Os novos geoglifos foram descobertos ao longo de seis meses de trabalho de campo, acelerado pela análise de imagens geoespaciais feita por uma IA da IBM. Essa tecnologia permitiu que os pesquisadores identificassem áreas prioritárias para estudo, o que resultou em uma taxa de descobertas 16 vezes maior que a anterior. "Essa ferramenta foi um divisor de águas para nosso trabalho", afirmaram os responsáveis pelo projeto.

As figuras recém-descobertas incluem geoglifos do tipo linha, representando principalmente animais selvagens, que estão localizadas em áreas ligadas a complexos sistemas de linhas e trapezoides, sugerindo que foram usadas em atividades rituais coletivas. Em contraste, geoglifos menores e em relevo retratam figuras humanas e animais domesticados e estão próximos a trilhas sinuosas, provavelmente sendo apreciados por pequenos grupos.

Os pesquisadores acreditam que essas novas descobertas não apenas aumentam o conhecimento sobre a extensão dos geoglifos, mas também sobre seu propósito, que variava entre a exibição de informações sociais e atividades cerimoniais. Com mais de mil figuras ainda por serem analisadas, espera-se que o número total de geoglifos continue crescendo com novos levantamentos de campo.

As chamadas Linhas de Nazca começaram a ser identificadas em 1927, no deserto de mesmo nome. Adotando todos os tipos de formas, como espirais ou animais, eles só podem ser observados em sua totalidade a partir de uma vista aérea. Ainda não se explica como antigas civilizações puderam realizar semelhante obra sem observá-la de cima.