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Maias usavam cadáveres de governantes para jogar bola, dizem pesquisadores

Esporte ritualístico tinha o objetivo de resolver conflitos internos ou externos sem recorrer à guerra
Por History Channel Brasil em 04 de Agosto de 2022 às 16:35 HS
Maias usavam cadáveres de governantes para jogar bola, dizem pesquisadores-0

Pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) encontraram evidências que os maias usavam as cinzas de seus governantes para fazer bolas de borracha. Esses artefatos eram utilizados durante partidas de um jogo conhecido como tlachtli. Praticado por povos pré-colombianos, esse esporte ritualístico tinha o objetivo de resolver conflitos internos ou externos sem recorrer à guerra.

Membros da realeza

A descoberta foi feita em uma cripta pré-hispânica no Templo do Sol com abóbadas, na zona arqueológica de Toniná, em Chiapas. No local, havia recintos secretos dispostos como um labirinto que abrigava cerca de 400 vasos com material orgânico em seu interior.  Os arqueólogos acreditam que sejam restos humanos, provavelmente de membros da realeza.

Caverna da Morte no Templo do Sol dos Maias
"Caverna da Morte" no Templo do Sol dos maias (imagem: INAH/divulgação)

Segundo o INAH, os restos descobertos no Templo correspondem a pelo menos três governantes do antigo reino maia de Po'p, cidade que competia com Palenque, uma das mais poderosas do Período Clássico dos maias e sede de uma das mais prestigiadas dinastias. De acordo com a nova hipótese, seguindo um calendário ritual, os cadáveres passavam 260 dias na "caverna da morte" antes de serem cremados. Posteriormente o enxofre de suas cinzas era utilizado para a vulcanização da borracha com a qual eram feitas as bolas.

Os arqueólogos acreditam que a prática do jogo de bola representava algum tipo de culto à fertilidade, enquanto o movimento da bola pelo campo de jogo simbolizava o movimento do Sol ou da Lua no céu. Juan Yadeun Angulo, líder do estudo, explicou que os maias acreditavam que seus governantes preservavam uma "força viva" que ficava alojada em algumas regiões do corpo após a morte e, por isso, cremavam parcialmente seus corpos.

Fontes
Infobae
Imagens
iStock