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Misterioso disco encontrado na Itália pode ser o mais antigo mapa celestial

Pesquisadores identificaram diversas constelações marcadas no artefato de 2.400 anos
Por History Channel Brasil em 04 de Janeiro de 2024 às 15:48 HS
Misterioso disco encontrado na Itália pode ser o mais antigo mapa celestial-0

Há alguns anos, pesquisadores encontraram um misterioso disco de pedra durante escavações no sítio arqueológico de Castelliere di Rupinpiccolo, em Trieste, na Itália. Algum tempo depois, o arqueólogo Federico Bernardini notou que as marcações feitas no artefato eram semelhantes a constelações. Um novo estudo, publicado no periódico científico Astronomische Nachrichten, levanta a hipótese de que o objeto, que tem cerca de 2.400 anos, seja o mais antigo mapa celestial já encontrado. 

Constelações

"Há cerca de dois anos fui contactado por Federico Bernardini, que não conhecia, dizendo-me que precisava de um astrônomo porque parecia ter identificado a constelação de Escorpião numa pedra do Cársico", disse Paolo Molaro, coautor do estudo.  "A minha primeira reação foi de descrença, visto que a parte sul de Escorpião está logo acima do horizonte nas nossas latitudes. Mas então (...) identifiquei Órion, as Plêiades e, ao fundo, Cassiopeia. Todos os pontos presentes, exceto um", afirmou.

Os sinais identificados por Molaro e Bernardini são 29 no total: 24 de um lado da pedra e 5 do outro. As marcas estão distribuídas de forma irregular, mas todas têm uma orientação comum, como se tivessem sido gravadas por uma mesma pessoa. Os pesquisadores acreditam que as marcas foram feitas por alguém usando um martelo e um cinzel.

Os pesquisadores concluíram que era altamente improvável que as marcas estivessem dispostas desta forma puramente por acaso, dada a precisão com que correspondiam à distribuição das suas respectivas estrelas. No entanto, uma das marcas, localizada um pouco a norte de Órion, causou confusão, pois os cientistas não conseguiram identificá-la no céu noturno atual.

Federico Bernardini e Paolo Molaro com o disco
Federico Bernardini e Paolo Molaro com o disco (Imagem: INAF/Divulgação)

A marca não identificável se parece com as outras e, portanto, provavelmente foi feita propositalmente. Os pesquisadores sugerem que ela poderia representar uma estrela no aglomerado de Órion que estava presente no momento em que a pedra foi esculpida, mas que mais tarde produziu uma supernova (explosões cataclísmicas que ocorrem quando estrelas massivas morrem). Outra hipótese é que o sinal represente uma supernova fracassada, cujo processo deixa para trás um buraco negro. 

Fontes
INAF e Newsweek
Imagens
Bernardini et al., Documenta Praehistorica, 2022/NAF/Divulgação