A morte de um famoso já fez o Brasil ter dois carnavais
Por Thiago Gomide do Tá na História
Parceria HISTORY e Tá Na História
Assista ao vídeo e saiba mais:
Em fevereiro de 1912, o presidente Hermes da Fonseca estava com a popularidade super baixa, enfrentando desgastes por todos os lados, querendo o mínimo de problemas possíveis.
Foi então que uma bomba caiu em seu colo às vésperas do carnaval: Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores, homem fundamental para o desenho do mapa brasileiro, tinha morrido.
Como o país iria seguir pra folia velando o amado Rio Branco?
Depois de muito matutar, Hermes, com apoio de poucos assessores, chegou à conclusão que o desejo popular - na visão dele, claro - era que o carnaval fosse adiado. Não tinha clima. Esquece.
Pobre Hermes. Fez os diabos para passar a festa pra abril com a certeza que estava acertando finalmente, que teria o povo, ainda bem, ao seu lado.
A turma tava triste, mas não o suficiente para deixar o carnaval pra um segundo tempo. Em fevereiro, pra desgosto do Hermes da Fonseca, o centro do Rio de Janeiro foi tomado pelos foliões. Mesmo sem os desfiles patrocinados pelo governo, a turma tava lá, batendo ponto.
Em abril, não tinha como recuar. O governo teve que honrar com a palavra e o povo honrou com a segunda presença. Festa total.
O Marechal Hermes da Fonseca ainda teve que escutar a galhofa e o anseio dos foliões, que cantaram a seguinte marchinha:
"Com a morte do Barão
Tivemos dois carnavá
Ai que bom, ai que gostoso
Se morresse o Marechá”
Aproveite a folia. Até semana que vem.
THIAGO GOMIDE é jornalista e pesquisador. Foi apresentador e editor do Canal Futura e da MultiRio, ambos dedicados à educação. Escreveu e dirigiu o documentário "O Acre em uma mesa de negociação". Além de ser o responsável pelo conteúdo do Tá na História, atualmente edita e apresenta o programa A Rede, na Rádio Roquette Pinto ( 94,1 FM - RJ).
A proposta do Tá na História é oferecer conteúdos que promovam conhecimento sobre personagens e fatos históricos, principalmente do Brasil. Tudo isso, claro, com bom humor e muita curiosidade.