Mulheres dominavam a produção de cerveja até que foram acusadas de bruxaria
Acredita-se que a cerveja surgiu do cultivo de cereais entre os séculos XI e VII a.C. na Mesopotâmia. O que nem todos sabem é que evidências apontam que a fabricação e venda da bebida foi um ofício praticado por mulheres durante séculos. Dos egípcios aos vikings, elas faziam cerveja tanto para cerimônias religiosas quanto para produzir um alimento prático e rico em calorias para o lar.
Chapéus pontudos e caldeirões
Da Idade da Pedra até os anos 1700, a cerveja era um alimento básico para a maioria das famílias da Europa. Como a bebida era uma parte importante da dieta, a sua fermentação era uma das tarefas domésticas corriqueiras das mulheres. Algumas delas levaram essa habilidade para o mercado e começaram a vender cerveja. Viúvas ou solteiras também usavam seu conhecimento na área para ganhar algum dinheiro extra, enquanto as casadas comercializavam cerveja em parceria com seus maridos.
No século XVI, as mulheres que comercializavam cerveja usavam chapéus altos e pontudos para que seus clientes pudessem vê-las no mercado lotado. Elas também transportavam sua bebida em caldeirões e costumavam manter gatos em casa, para manter os ratos longe dos grãos. Essa época também foi marcada pelo auge da Inquisição, tribunal formado pela Igreja Católica para condenar e punir os hereges, pessoas acusadas de praticar desvios nas normas de conduta.
Nesse período, homens que fabricavam e comercializavam cerveja viram uma oportunidade para reduzir a concorrência. Eles acusaram as cervejeiras de praticar bruxaria e usar seus caldeirões para preparar poções mágicas em vez de bebida. Com o tempo, tornou-se perigoso para as mulheres fabricarem e venderem cerveja, pois poderiam ser identificadas como bruxas. Nos anos 1500, muitas cidades tornaram ilegal a venda de cerveja por mulheres, colocando fim a uma antiga tradição.