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Músico, amante e aventureiro: 5 curiosidades sobre a vida de D. Pedro I

Imperador gostava de nadar nu na praia, teve amantes e vários filhos ilegítimos 
Por History Channel Brasil em 07 de Setembro de 2022 às 15:13 HS
Músico, amante e aventureiro: 5 curiosidades sobre a vida de D. Pedro I-0

O ato mais importante da vida de D. Pedro I aconteceu em 7 de setembro de 1822, quando ele declarou a Independência do Brasil. Mas a vida do imperador não se resume a esse gesto histórico. A trajetória dele envolve intrigas, aventuras e conquistas amorosas. Confira 5 fatos curiosos sobre o monarca:

1 - Fuga para o Brasil

Embarque da Família Real para o Brasil

Nascido em Portugal, filho do rei Dom João VI e Carlota Joaquina, D. Pedro teve sua primeira aventura ainda criança. Foi quando, em novembro de 1807, a corte portuguesa embarcou em navios para o Brasil fugindo de Napoleão Bonaparte. Ao partir, D. Pedro tinha apenas 9 anos. 

A viagem foi difícil. Com os navios superlotados, não havia espaço para todos se acomodarem. Muitos viajaram com a roupa do corpo, pois nem tudo pôde ser embarcado, já que a capacidade dos navios há muito havia sido superada. A água e os alimentos foram racionados. A higiene era de tal forma precária que houve um surto de piolho nos navios, obrigando as mulheres a rasparem a cabeça, entre as quais a princesa Carlota Joaquina e as demais damas da família real e da corte.

2- Amor pelas atividades físicas

D. Pedro I na juventude

No Brasil, D. Pedro I se sentia em casa. Crescendo no Rio de Janeiro, ele aprendeu a amar as atividades físicas, que incluíam caminhadas e escaladas. Além disso, ele tinha o costume de nadar completamente nu nas praias de Botafogo e do Flamengo, sem se importar com o que os outros diziam.

Ao pilotar carruagens em alta velocidade, o então príncipe sofreu diversos acidentes que resultaram em lesões e costelas quebradas. Além disso, ele gostava de praticar equitação.

3 - Dedicação à música

D. Pedro I compondo o Hino da Independência

Apesar de muito inteligente, D. Pedro I não gostava dos estudos formais. Se dedicou, então, a aprender os mais diversos instrumentos musicais, como piano, flauta, trombone, violino, clarinete e violão. Seu tutor foi o maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal, que chegou ao Brasil em 1811, quando o príncipe tinha 13 anos.

O príncipe não apenas cantava e tocava bem, como também compunha. Pedro compôs o primeiro hino do Brasil, atualmente cantado como Hino da Independência, e também o Hino Constitucional ou Hino da Carta, adotado oficialmente como hino nacional português até a proclamação da República lusa, em 1910.

4 - Vida amorosa agitada

Marquesa de Santos e D. Pedro I

A vida amorosa de D. Pedro I era bastante agitada. O primeiro caso conhecido dele foi com a dançarina francesa Noémi Thierry, com quem chegou a ter um filho que nasceu morto. Para abafar o caso, D. João VI, enviou a moça para longe com medo de que ela ameaçasse o noivado do filho com a arquiduquesa Leopoldina da Áustria. 

Depois de casar com Leopoldina, D. Pedro não sossegou. Seu relacionamento extraconjugal mais conhecido foi com Domitila de Castro, a quem ele deu o título de Marquesa de Santos. Nas cartas eróticas que enviava à ela, Pedro assinava como “Demonão” ou “Fogo Foguinho”. Os dois tiveram cinco filhos, dos quais sobreviveram apenas duas meninas: Isabel Maria (1824-1898), reconhecida pelo imperador e feita Duquesa de Goiás, e Maria Isabel (1830-1896), condessa de Iguaçu por casamento.

D. Pedro I também teve um filho ilegítimo com a modista Henriette Josephine Clémence de Saisset. Em 1829,  ela secretamente deixou o Brasil enquanto estava grávida do imperador. Em Paris, ela deu à luz a um menino batizado de Pedro de Saisset. O marido de Henriette, o comerciante francês Pierre Joseph Felix de Saisset, fechou um acordo com o imperador para assumir a criança em troca de ajuda financeira. 

5 - Morte no mesmo quarto em que nasceu

D. Pedro I no leito de morte

Após proclamar a Independência, em 1822, D. Pedro I deixou de ser de príncipe regente e foi coroado imperador do Brasil. Após 9 anos no poder, ele abdicou do trono em favor de seu filho, D. Pedro II, e retornou a Portugal. Lá, ele enfrentou seu irmão em uma guerra civil pela disputa do trono português. 

Dom Pedro saiu vitorioso do conflito e garantiu a coroa para a filha, que se tornou a rainha Maria II de Portugal. Mas o primeiro imperador do Brasil não teve muito tempo para comemorar a vitória: o monarca morreu de tuberculose em 1834 no mesmo quarto onde havia nascido, no Palácio de Queluz.

Fontes
Folha de S. Paulo, G1, CNN, BBC, Governo do Rio de Janeiro, Isto É e Galileu
Imagens
Domínio Público, via Wikimedia Commons