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Nara Leão morreu de quê? Como sua partida impactou o Brasil

Ícone da bossa nova, cantora marcou de forma definitiva a história da música brasileira
Por History Channel Brasil em 14 de Janeiro de 2022 às 14:28 HS
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A cantora Nara Leão foi um dos maiores ícones da bossa nova. Ao longo de pouco mais de 25 anos de uma carreira marcante, ela escreveu definitivamente seu nome na história da música brasileira. Uma nova série documental reacendeu o interesse na artista, que morreu precocemente em 1989 devido a um tumor cerebral inoperável.

Trajetória de Nara Leão

Nascida em Vitória, Nara mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas um ano de idade, junto com os pais e a irmã, a futura jornalista Danuza Leão. Ainda na infância, ela se apaixonou pela música, tendo aulas de violão. Com 14 anos, ela prosseguiu seus estudos no instrumento na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que também se tornariam grandes expoentes da bossa nova. 

O apartamento dos pais de Nara, em Copacabana, se tornou um verdadeiro quartel-general da bossa nova. Por lá, além de Lyra e Menescal, também passaram músicos como Sérgio Mendes, Ronaldo Bôscoli e os irmãos Castro Neves. Sua estreia como cantora profissional aconteceu ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, no espetáculo Pobre Menina Rica (1963). No mesmo ano, lançou seu disco de estreia, que trazia canções de compositores da nova geração da bossa nova, além de sambas assinados por Zé Keti, Cartola e Nelson Cavaquinho.

Apresentação de Nara Leão

Durante a década de 60, Nara passou a se interessar mais pelas ideias de esquerda e começou a namorar com o cineasta Ruy Guerra, com quem se casou um tempo depois. Sua consagração, contudo, veio após o espetáculo Opinião, no fim de 1964, juntamente com João do Vale e Zé Keti. Tratava-se de uma obra de crítica social à repressão durante a ditadura militar no Brasil.

Em 1966, cantou a música "A Banda", de Chico Buarque, no Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), venceu o festival e conquistou o público brasileiro. Entre suas canções mais conhecidas estão também "O Barquinho" e "Com Açúcar e com Afeto". Nara ainda participou do disco-manifesto do movimento tropicalista Tropicália ou Panis et Circensis, em 1968, junto com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa e Os Mutantes. 

Apresentação de Nara Leão

Na vida pessoal, ela se separou de Ruy Guerra e se casou com o cineasta Cacá Diegues. No fim dos anos 1960, ela se mudou para Paris, onde viveu dois anos e teve sua primeira filha. De volta ao Brasil, começou a estudar psicologia e diminuiu o ritmo de trabalho como cantora para se dedicar à família (seu segundo filho nasceu no Rio de Janeiro). Em 1977, ela e Diegues se divorciaram.

No início da década de 1980, Nara continuou sua trajetória de sucesso, viajando o Brasil e o mundo, lançando novos discos, gravando canções, atuando em musicais no teatro e fazendo parcerias musicais. Mas, desde o início da década, ela passou a enfrentar problemas de saúde, queixando-se de dores de cabeça e esquecimentos.

Morte de Nara Leão

Na segunda metade dos anos 1980, Nara Leão foi diagnosticada com um tumor no cérebro. Caso fizesse qualquer procedimento no local, a cantora poderia ficar em estado vegetativo, e parar de andar, falar, ouvir e enxergar. Os médicos preferiram que ela tomasse medicações contínuas, em vez de arriscar uma cirurgia que poderia matá-la ou deixá-la inválida. 

Após uma melhora de saúde, ela continuou a se apresentar, fazendo temporadas de shows em casas noturnas do Rio em 1987 e 88. Em 1989 fez sua última apresentação no Pará. Ao voltar para o Rio, sua saúde piorou, com dores que não passavam nem com a medicação prescrita pelo médico. Após passar um bom tempo no hospital, Nara teve uma hemorragia fatal, não havendo tempo hábil para que os médicos pudessem salvá-la. Sua morte deixou um grande vazio na música brasileira.
 

Imagens
Arquivo Nacional, via Wikimedia Commons