Nativos da Ilha de Páscoa e da América do Sul conviveram há mais de um milênio
Os habitantes da Ilha de Páscoa tinham contato regular com os nativos da América do Sul há mais de mil anos. Essa é a conclusão a que chegou uma equipe de arqueólogos chilenos após analisar os restos de comida presentes em lâminas de obsidiana. Os artefatos foram descobertos na plataforma cerimonial Ahu Nau Nau, no sítio arqueológico de Anakena.
Presença de grãos
A análise dos restos de comida revelou a presença de 46 grãos de amido, dos quais se identificaram 8 espécies de plantas: mandioca, batata-doce, maçã-do-Taiti, achira, gengibre, fruta-pão, taro e inhame roxo. Algumas provenientes da Oceania, e outras, como a mandioca e a batata-doce, da América do Sul.
"Nossos resultados mostram que, quando as pessoas viviam no sítio de Anakena, já tinham viajado à costa sul-americana e tinham estado em contato com povos sul-americanos", afirmou Andrea Seelenfreund, arqueóloga da Universidade do Chile. Ela assina um estudo sobre a descoberta, publicado no periódico PLOS One.
A arqueóloga afirma que, em "algum momento posterior", os navegantes "retornaram às ilhas do Pacífico com alguns cultivos americanos, que depois foram cultivados em diferentes ilhas juntamente com os cultivos tradicionais do Pacífico". "Devemos ter em mente que as viagens oceânicas de longa distância eram uma habilidade muito desenvolvida pelos habitantes das ilhas do Pacífico", concluiu.