Novas análises da Mona Lisa revelam que da Vinci usou técnica à frente do seu tempo
Novas análises feitas em duas obras-primas, a Mona Lisa e A Última Ceia, revelaram que além de ter sido um pintor, inventor e anatomista, Leonardo da Vinci (1452-1519) também se aventurou no mundo da química. Segundo um estudo publicado no periódico Journal of the American Chemical Society, elementos contidos nas pinturas apontam a presença de um raro composto resultante dos experimentos do gênio renascentista. Isso revela que o artista usou uma técnica que estava à frente do seu tempo.
Plumbonacrita
Muitas pinturas do início do século XVI foram pintadas em painéis de madeira que exigiam a aplicação de uma espessa “camada de base” de tinta antes que a obra de arte começasse a ser pintada. Os cientistas descobriram que, enquanto outros artistas normalmente usavam gesso nesse processo, da Vinci utilizou um método diferente para ajudar a fixação da pintura à óleo. Antes, acreditava-se que a técnica aplicada por ele só havia começado a ser adotada mais de cem anos depois.
Ao analisar as obras de da Vinci usando difração de raios X e espectroscopia infravermelha, os pesquisadores encontraram plumbonacrita, composto criado na reação entre óleo e chumbo. A descoberta indica que ele aplicava pigmento branco de chumbo e infundia óxido de chumbo em suas tintas a óleo, uma técnica que nunca havia sido registrada antes que Rembrandt a utilizasse nos anos 1600s. Acredita-se que o procedimento ajudaria a tinta a secar (hoje se sabe que esses compostos são tóxicos e prejudiciais à saúde).
A Mona Lisa já havia sido tema de outras descobertas recentes. No início de 2023, um pesquisador afirmou que identificou o local que serve de cenário para a pintura. No ano passado, um estudo apontou que a mulher retratada no quadro não é quem se acreditava ser.